Planeta extrassolar pode ser o mais parecido com a Terra já encontrado

Objeto com 1,1 vez o raio do nosso planeta orbita sua estrela na “zona habitável”, a distância que permitiria existência de água. RIO – Cientistas anunciaram nesta quinta-feira a descoberta de um planeta extrassolar que pode ser o mais parecido com a Terra encontrado entre os cerca de 1,8 mil cuja existência já foi confirmada. Batizado Kepler-186f, este novo mundo tem apenas 1,1 vez o raio do nosso e orbita sua estrela dentro dos limites do que os especialistas calculam ser sua “zona habitável”, isto é, nem perto nem longe demais e, portanto, nem quente nem frio demais de forma a permitir a existência de água líquida na sua superfície, condição considerada necessária para o desenvolvimento ou manutenção de vida como conhecemos. As semelhanças, no entanto, param aí, o que levou os responsáveis pelo achado a evitarem classificá-lo como a tão buscada “Terra 2”. Para começar, a “estrela-mãe” do planeta, Kepler-186, a cerca de 500 anos-luz de distância da Terra na direção da constelação de Cygnus (Cisne), é uma anã vermelha do tipo M, bem menor e mais fria que o Sol. Assim, apesar de estar tão próximo dela quanto Mercúrio está de nossa estrela, com um “ano” de apenas 130 dias, o Kepler-186f na verdade se encontra perto do limite externo de sua zona habitável, o que no nosso Sistema Solar equivaleria aproximadamente à órbita de Marte, recebendo só um terço do calor e da luz de sua estrela que a Terra recebe do Sol. — O Kepler-186f está mais para um “primo” do que um “gêmeo” da Terra, mas tem muitas características que lembram a Terra — avalia Thomas Barclay, pesquisador do Centro Ames, da Nasa, e um dos autores de artigo sobre a descoberta, publicado na edição desta semana da revista “Science”. — Estar na zona habitável não significa que este planeta seja habitável. A temperatura nele dependerá fortemente de que tipo de atmosfera ele tem.