Astrônomos dizem ter identificado provas de canibalismo galáctico
Astrônomos canadenses sugerem que a galáxia Andrômeda, vizinha da Via Láctea, parece ter expandido por “canibalismo”, isto é, digerindo estrelas de outras galáxias.
Em um estudo publicado na edição mais recente da revista cientifica Nature, a equipe da Universidade de Western Ontário, no Canadá, mapeou a Andrômeda e afirmou que identificou restos de galáxias anãs absorvidas ou desmembradas.
A equipe internacional de astrônomos utilizou um telescópio Canadá-França-Havaí para observar os arredores de Andrômeda, situada a 2,5 milhões de anos-luz da Via Láctea.
O mapeamento realizado pela equipe foi o mais detalhado já feito da galáxia e revelou estrelas que, segundo os cientistas, não poderiam ter se formado dentro da Andrômeda por falta de densidade suficiente.
A partir desta análise, os astrônomos sugerem que as estrelas só poderiam ter sido “engolidas” de galáxias anãs.
Modelo hierárquico
De acordo com a equipe, os resultados “confirmam os princípios de base do modelo hierárquico de formação de galáxias”.
O modelo prevê que galáxias grandes devem ser cercadas por restos de galáxias menores consumidas pela maior.
Segundo a astrônoma Pauline Barmby, uma das autoras do estudo, o padrão da órbita das estrelas identificadas pela equipe revelou a origem das mesmas.
“A Andrômeda está tão perto que podemos mapear todas as estrelas”, disse ela à BBC.
“Quando observamos um grupo de estrelas tão distantes e com a mesma órbita, sabemos que elas não estiveram lá sempre”, afirmou.
Aproximação
A equipe identificou ainda uma fila de estrelas da galáxia chamada de Triângulo que estaria se aproximando da Andrômeda, o que pode significar que estas podem estar “alimentando” a galáxia vizinha.
Segundo o astrofísico Scott Chapman, da Universidade de Cambridge, também envolvido na pesquisa, “as duas galáxias podem se fundir completamente”.
“Ironicamente, a formação das galáxias caminha lado a lado com a destruição delas”, afirmou.
De acordo com o astrofísico Nickolay Gnedin, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, o estudo canadense mostra “a arqueologia galática em ação”.