O universo invisível.
Em outras palavras: todas aquelas galáxias, estrelas, planetas e asteróides que aparecem nas fotos do telescópio Hubble (a matéria "visível", por assim dizer) representam menos de 20% de tudo que existe no espaço.
O restante é conhecido como "matéria escura", um tipo de matéria que não interage com a luz e, portanto, não aparece nas fotografias. O nome é um tanto enganoso, pois a tal matéria é de fato invisível, e não escura: a luz passa diretamente através dela.
Os cientistas conseguem apenas deduzir a sua existência a partir da influência gravitacional que ela exerce sobre o movimento das galáxias e sobre os raios de luz que são emitidos por objetos distantes em nossa direção (ela não interage diretamente com a luz, mas causa desvios em sua trajetória, como um vidro).
Fora isso, pouca coisa pode-se dizer sobre a matéria escura. A suspeita é de que ela seja composta de partículas diferentes daquelas que estamos acostumados. "Só 1/6 da matéria do universo é como o nosso Sol, feita de prótons, nêutrons e elétrons", diz o físico Paul Schechter, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). "Os outros 5/6 são alguma coisa invisível, que a gente não sabe o que é."
A tentativa mais ousada e mais cara de tentar esclarecer a matéria deve ser lançada no segundo semestre deste ano, com a entrada em operação do Large Hadron Collider (LHC), um super-mega acelerador de partículas de 27 km de diâmetro, construído a 100 metros de profundidade na fronteira da França e Suíça. Um projetinho internacional de US$ 6 bilhões. Vale a pena dar uma olhada em http://public.web.cern.ch/public/en/LHC/LHC-en.html .
A matéria escura foi descoberta na década de 30. Os cientistas sabem que ela existe porque a matéria visível, sozinha, não teria força gravitacional suficiente para sustentar a estrutura das galáxias.
Lembre-se que a gravidade é uma força de atração entre dois corpos, e é ela que segura os planetas e as estrelas dentro de suas órbitas. Se não houvesse a matéria escura para equilibrar as contas, a força gravitacional da matéria visível não seria suficiente. Galáxias e outras grandes estrutur as do universo seriam lentamente desmanteladas, com estrelas e planetas voando para longe em todas as direções.
Pense nisso na próxima vez que olhar para o "vazio" do espaço. Ele não é tão vazio assim.