Vaticano condena clonagem de embriões humanos.

 CIDADE DO VATICANO - O Vaticano condenou na sexta-feira a clonagem de embriões humanos, chamando-a de "o pior tipo de exploração do ser humano".

"Isso se classifica entre os atos mais ilícitos em termos morais, eticamente falando", disse o monsenhor Elio Sgreccia, presidente da Academia Pontifícia para a Vida, o departamento do Vaticano que ajuda a supervisionar a posição da Igreja em questões ligadas à bioética.

Uma empresa norte-americana disse na quinta-feira ter usado a tecnologia da clonagem para criar cinco embriões humanos, na esperança de conseguir obter células-tronco totalmente compatíveis com pacientes.

Se o feito for comprovado, a equipe da Stemagen Corp. será a primeira a ter clonado seres humanos para obter células-tronco.

Sgreccia disse que a pesquisa com clonagem não é justificável. Também afirmou que ela é desnecessária, considerando os avanços em pesquisas semelhantes que eliminam a polêmica destruição dos embriões.

"Não há nem -- eu não diria justificativa, porque nunca é justificado -mesmo o pretexto de encontrar alguma coisa (nova)", disse ele à rádio Vaticano.

As células-tronco embrionárias são consideradas as mais potentes porque podem se transformar em todo tipo de tecido do corpo. Outras equipes já conseguiram criar células-tronco que acreditam ser semelhantes às embrionárias, mas usando outras técnicas que não envolvam a destruição de embriões.

Sgreccia disse não entender por que os cientistas querem usar embriões humanos. "Não dá mais para saber se isso é só um jogo ... feito unicamente com o desejo de fazer experiências em homens e mulheres."

A Stemagen Corp. disse ter usado uma técnica chamada transferência nuclear de célula somática, a mesma usada para criar a ovelha Dolly, em 1996. Um óvulo tem seu núcleo retirado e substituído por uma célula adulta, da pessoa que se quer clonar. No caso da empresa, foram usadas células da pele de dois homens. Os embriões foram destruídos durante os testes.