O cão.

Certa vez um cão estava quase morto de sede, parado junto à água. Toda vez que ele olhava o seu reflexo na água, ficava assustado e recuava, porque pensava ser outro cão.

Finalmente, era tamanha a sua sede, que abandonou o medo e se atirou para dentro da água. Com isto, o reflexo desapareceu.

O cão descobriu que o obstáculo - que era ele próprio - a barreira entre ele e o que buscava, havia desaparecido.

Nós estamos parados no meio do nosso próprio caminho. E, a menos que compreendamos isso, nada será possível em direção ao nosso crescimento.

Se a barreira fosse alguma outra pessoa, poderíamos nos desviar, mas nós somos a barreira. Nós ñ podemos nos desviar - quem vai desviar-se de quem? Nossa barreira somos nós e nos seguirá como uma sombra.

Esse é o ponto onde nós estamos - juntos da água, quase mortos de sede,mas alguma coisa nos impede, porque nós ñ estamos saltando p/ dentro. Alguma coisa nos segura. O que é?

É uma espécie de medo, porque a margem é conhecida, é familiar e pular no rio é ir em direção ao desconhecido.

O medo sempre diz: "agarre-se àquilo que é familiar, ao que é conhecido".

E as nossas misérias,nossas tristezas, nossas depressões, nossas angústias, nossos complexos, nos são familiares, são habituais.

Nós vivemos com eles por tanto tempo e nos agarramos a eles como se fosse um tesouro. O que nós temos conseguido com isso? Será que ñ podemos renunciar às nossas misérias? Já ñ estivemos o bastante com elas? Será que já ñ nos mutilaram demais? O que nós estamos esperando?

Esse é o caso de todos nós. Ninguém nos está impedindo. Apenas o próprio reflexo entre nós e o nosso destino, entre nós como 1 semente e nós como 1 flor.

Não há ninguém nos impedindo, criando qualquer obstáculo.

Portanto, ñ continuemos a jogar a responsabilidade nos outros. Essa éuma forma de nos consolar. Deixemos de nos consolar, deixemos de ter auto-piedade.

Fiquemos atentos. Abramos os olhos. Vejamos o que está acontecendo com nossa vida.
"Escolhamos certo e decidamos dar o salto."