Nós vamos invadir sua praia.


Começou. A verdadeira onda de conquista da Lua foi marcada pelo lançamento de uma sonda japonesa na noite da última quinta-feira (13), pelo horário de Brasília.

Chamada de Kaguya, é a maior espaçonave colocada na rota lunar desde as tripuladas Apollo, dos anos 1960 e 1970. Com mais de três toneladas, ela se instalará numa órbita ao redor da Lua para retomar o estudo do solitário satélite natural da Terra.

O mais importante, no entanto, não é que ela é a maior já lançada, mas sim que é a primeira de uma série, num esforço internacional para realizar a ocupação e exploração definitiva da Lua.

A coisa vem na carona do projeto americano de despachar astronautas para a Lua até o final da década de 2020. Os próprios japoneses declararam recentemente ter interesse nisso. "A Jaxa [agência espacial japonesa] está explorando as possibilidades de realizar atividades tripuladas na Lua e utilizar a Lua para futuras atividades de desenvolvimento do espaço", disse Yoshisada Takizawa, gerente do projeto da Kaguya.

O satélite, também denominado Selene (sigla em inglês para Explorador Selenológico e de Engenharia), carrega 14 instrumentos científicos e dois microssatélites para produzir mapas detalhados da superfície da Lua, sondar seu interior e estudar o campo gravitacional lunar.

"Todos os dados reunidos pela Kaguya irão nos trazer novos conhecimentos científicos para a pesquisa da origem e da evolução da Lua", afirmou Takizawa em nota da Jaxa.

Na carona dela, ainda neste ano, deve partir um outro orbitador lunar, desta vez chinês. É a Chang E-1, primeiro esforço daquele país na realização de exploração espacial além da órbita terrestre.

No ano que vem, mais duas sondas partirão na direção da Lua. Os indianos despacham sua primeira espaçonave lunar, a Chandrayaan-1, e os americanos voltam à carga com o Lunar Reconnaissance Orbiter.

E lá para o início da década seguinte japoneses e chineses sonham com o uso de jipes robóticos no solo lunar. E os russos também já estão planejando uma sonda própria.

"Ah, mas tudo isso já foi feito, de um jeito ou de outro, nas décadas de 1960 e 1970", você pode dizer. E pode mesmo. Mas desta vez será diferente.

Por quê? Porque tem mais gente na brincadeira. Antes eram só americanos e russos. Agora temos chineses, japoneses, indianos e europeus no jogo. E, o que é mais legal, eles estão todos, ou quase todos, jogando no mesmo time.

Na outra corrida para a Lua, o que motivava era a competição. Quem chegaria lá primeiro, Estados Unidos ou Rússia? Essa era a pergunta que os envolvidos queriam ver respondida. Assim que Neil Armstrong colocou seus pés no Mar da Tranqüilidade, em 20 de julho de 1969, a pergunta foi respondida, e a graça da exploração lunar foi se esvaindo.

Agora, ela está de volta, motivada mais pela ciência e por um entendimento da futura importância dos recursos do espaço no cenário humano. E esses são interesses que não irão embora tão fácil.

E a exploração lunar tem um apelo que a ida aos outros planetas não tem -- ela acontece depressa, de forma que é muito mais interessante acompanhar o desenrolar de uma missão.

Tome a Kaguya, por exemplo. Ela partiu na quinta-feira, deve passar duas semanas em órbita da Terra e então disparar seus motores para a ida até a Lua. Sua entrada em órbita lunar ocorrerá cinco dias após a partida.

Compare isso com a Phoenix, sonda americana a caminho de Marte. Ela partiu em agosto, mas só deve chegar ao planeta vermelho em maio de 2008. É difícil manter o interesse do público durante todo o trajeto.

Por essa razão, além de toda a ciência envolvida na exploração lunar, vale a pena ir até a Lua. É uma viagem com a qual nós, seres humanos interessados mas não participantes dos projetos espaciais, conseguimos nos relacionar, entender a escala do que está acontecendo. Além do mais, é sempre fascinante olhar para o céu e ver que, ao redor daquele globo cinzento, estão várias máquinas que nós despachamos para lá. E, em pouco mais de uma década, haverá pessoas.

Fique ligado.

15/09/07-Salvador Nogueira

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