Permissão britânica para embriões híbridos é "monstruosa", diz Vaticano.
A decisão do Reino Unido de autorizar a criação de embriões híbridos, gerados a partir da integração de material humano em óvulo animal, é um "ato monstruoso", afirmou ontem (5) o monsenhor Elio Sgreccia, presidente da Academia Pontifical para a Vida.
"É um ato monstruoso que vai contra a dignidade humana", declarou o prelado à Rádio Vaticano. "É necessário que a comunidade científica se mobilize o mais rápido possível. Acreditamos que o governo britânico cedeu diante dos pedidos, sem dúvida imorais, de um grupo de cientistas", acrescentou o monsenhor.
A Autoridade Britânica de Fertilidade Humana e Embriologia (HFEA) deu na quarta-feira sua aprovação "de princípio" à polêmica criação de embriões híbridos.
A decisão da HFEA se baseia na necessidade de amenizar a falta de material humano destinado à clonagem de embriões com fins terapêuticos, fato permitido no Reino Unido --diferentemente de outros países, como a França.
O Vaticano sempre se opôs a qualquer tipo de manipulação de embriões, por considerá-los seres humanos sob qualquer circunstância.
No final de junho, o papa Bento 16 lembrou da posição da Igreja Católica sobre o tema, que estipula que "a investigação científica deve ser fomentada, mas não deve se desenvolver em detrimento dos outros seres humanos, cuja dignidade é intocável desde os primeiros momentos da existência".