Micróbios congelados na Antártida revivem após 100.000 anos.
WASHINGTON - Microorganismos presos no gelo antártico por mais de 100.000 anos voltaram à vida e recomeçaram a crescer quando receberam calor e nutrientes em um laboratório. Pesquisadores liderados por Kay Bidle, da Universidade Rutgers, testaram cinco amostras de gelo,com 100.000 a 8 milhões de anos de idade."Não sabíamos realmente o que esperar. Sabemos que microorganismos são durões", disse Bidle, professor de ciências marítimas e costeiras.
As descobertas são relatadas na edição online desta segunda-feira, 6, do periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.
Os pesquisadores testaram amostras do gelo mais antigo conhecido na Terra, e obtiveram sucesso ao cultivar micróbios dos fragmentos mais "jovens".
Microorganismos do gelo mais antigo não se saíram tão bem, crescendo mais devagar. Alguns precisaram de um ano, em comparação com a semana normalmente necessária para o cultivo de bactérias.
Referindo-se às amostras de gelo como "picolés de genes", os pesquisadores encontraram evidências de algumas das bactérias mais comuns que ainda existem na atualidade, como firmicutas, proteobactérias e actinobactérias.
A equipe de Bidle determinou que o DNA das bactérias deteriora-se rapidamente após 1,1 milhão de anos.
O estudo dessas formas de vida ajuda a "compreender os limites fisiológicos e geológicos da vida na Terra sob diferentes condições", explicou ele.
Além disso, há o interesse em saber quanto tempo microorganismos poderiam ter sobrevivido em condições como as do planeta Marte.