Um sistema solar e tanto!

Um grupo de astronômos liderado por Elise Furlan, do Instituto de Astrobiologia da Nasa, encontrou um sistema bem interessante: um disco de poeira em um sistema estelar quádruplo! Tão interessante quanto a descoberta em si é uma característica desse disco: ele possui uma faixa vazia separando dois anéis de poeira.

O sistema, chamado de HD 98800, já era conhecido por abrigar quatro estrelas. Ele está dividido em dois pares: duas estrelas em órbita uma da outra e os dois pares orbitando em torno de um mesmo centro de gravidade. É um equilíbrio bem sutil, mas estável. O sistema é bem jovem, algo em torno de 10 milhões de anos, e está na constelação da Hidra, a uns 150 anos-luz de distância. Agora, o mais interessante nos dados obtidos com o Spitzer é que eles indicam a presença de dois anéis concêntricos de poeira, ou seja, um disco com uma faixa "vazia".

Até agora, a presença de anéis como esses em discos protoplanetários é associada à existência de planetas em formação. Basta imaginar que existe um disco de poeira e, conforme um planeta se forme e vá crescendo, ele vai limpando o caminho em torno da estrela.

O disco foi descoberto em torno do par de estrelas batizado de HD 98800B, que está separado de HD 98800A por 50 unidades astronômicas, ou quase a distância Sol-Plutão (uma unidade astronômica – ua – representa a distância média entre o Sol e a Terra, ou seja, 150 milhões de quilômetros). O primeiro anel de poeira está localizado a uma distância de 5,9 ua (mais ou menos a distância Sol-Júpiter) e parece ser formado por componentes tão grandes quanto asteróides e cometas. Já o segundo anel começa a uma distância de 1,5 ua e tem uma largura de 0,5 ua, o que é comparável à região onde se localiza Marte e o cinturão de asteróides no nosso Sistema Solar. Esse segundo anel é composto por grãos de poeira fina.

Esse anel mais próximo do par HD 98800B está na fronteira da zona de habitabilidade da estrela central, que é uma K5V, ou seja, uma estrela anã vermelha, mais fria que o Sol. Apesar de ser uma idéia bastante interessante ter quatro sóis no céu, pode ser que esse vazio tenha uma outra origem, justamente por causa da presença de quatro estrelas. Vazios como esses poderiam ter origem em ressonâncias gravitacionais. Traduzindo, a combinação da força gravitacional das quatro estrelas agindo simultaneamente pode produzir regiões "desabitadas" no disco. Isso ocorre no nosso cinturão de asteróides, onde a força gravitacional dos planetas gigantes forma regiões mais populosas e outras mais vazias.

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