Pacientes que tomaram "rimonabant" mostraram mais propensão ao suicídio.

Washington, 11 jun (EFE).- Os pacientes que fizeram um tratamento contra a obesidade vendido em quase 20 países mostraram maior propensão a pensamentos suicidas, advertiu nesta segunda-feira a agência reguladora de alimentos e medicamentos norte-americana (FDA, na sigla em inglês).

No Brasil, a droga deve chegar ao mercado em julho com o nome de Acomplia.

Um painel assessor analisará na quarta-feira se autoriza a venda nos Estados Unidos do "rimonabant", com o nome de Zimulti, um composto produzido pela empresa Sanofi Aventis SA, com sede na França. Espera-se uma decisão da FDA em julho.

Os testes clínicos, disse a FDA, mostram que a dose de 20 miligramas de "rimonabant" causa uma perda significativa de peso, mas as preocupações das autoridades foram focalizadas nos efeitos neuropsiquiátricos do composto.

A FDA indicou hoje que foram feitos 59 estudos clínicos que terminaram no dia 1º de março e incluíram mais de 16 mil pacientes.

"A eficácia do "rimonabant" no tratamento da obesidade ficou demonstrada em quatro estudos adequados e bem controlados", informou a agência.

A FDA diz que "um tratamento com dose de 20 miligramas da droga, junto com uma ingestão modesta de calorias e o exercício físico, reduz significativamente o peso do corpo e a circunferência da cintura nos pacientes com excesso de peso ou obesos".

Mas, ao mesmo tempo, a incidência de transtornos psiquiátricos foi maior entre os pacientes que receberam doses de 5 a 20 miligramas que entre os pacientes que só receberam placebos.

Cerca de 5,9% dos pacientes que receberam dose de 20 miligramas experimentaram ansiedade, em comparação com os 2,1% dos que receberam placebos. Os transtornos depressivos afetaram 3,9% dos pacientes que tomaram o composto, comparado com 1,7% dos que ingeriram placebo.

"Foram identificadas duas categorias de episódios adversos que estão sendo observadas cuidadosamente", disse a agência. "São episódios psiquiátricos (ansiedade e depressão, incluindo pensamentos suicidas) e episódios neurológicos (mudanças sensoriais, dificuldades motrizes, dificuldades cognitivas).

Remédios ou venenos? Ler

Pesquisas relacionam polivitamínicos a risco de câncer de próstata. Ler

Cataflan e Voltaren elevam risco de ataque cardíaco. Ler

Farmacêutica é condenada a pagar US$ 2,6 milhões por efeitos colaterais. Ler

Remédio contra overdose de metanfetaminas pode danificar cérebro. Ler  

Resistência mapeada. Ler

EUA registram mortes com uso do remédio Exjade. Ler

Estudo associa remédio contra diabetes a risco de ataques cardíacos. Ler  

Tomar aspirina é tão perigoso quanto ser bombeiro. Ler  

Detectar câncer mais cedo não reduz mortes. Ler  

Uso de aspirina por idosos pode causar hemorragia cerebral, diz estudo. Ler

Mais estudos reforçam laço entre reposição hormonal e câncer. Ler