Encontrada amostra de tecido de 2.700 anos na Grécia.
O material foi preservado, por quase 3.000 anos, em uma urna funerária.
Associated Press
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ATENAS - Arqueólogos gregos encontraram uma rara amostra de tecido de 2.700 anos atrás, dentro de uma urna fúnebre usada em uma cremação que imitava os funerais dos antigos heróis da Ilíada, informam autoridades.
O material, amarelado e quebradiço, foi descoberto em uma urna de cobre, durante escavações na cidade de Argos, informa o Ministério da Cultura.
"Trata-se de um achado extremamente raro, já que o tecido é um material orgânico que se decompõe com facilidade", disse a arqueóloga Alkistis Papadimitriou, que chefia a escavação.
A urna também continha frutos secos - oferendas provavelmente associadas aos deuses do submundo -, além de cinzas e de ossos humanos chamuscados do início do século 7 a.C.
Papadimitriou disse que o material foi preservado, por quase 3.000 anos, pelo cobre da urna. "Óxidos de cobre mataram as bactérias que normalmente teriam destruído o tecido", disse ela.
O sepultamento foi a única cremação encontrada entre seis túmulos descobertos no local. "Cremações eram muito incomuns em Argos, e isto também faz do achado algo especial", disse a arqueóloga. "Em minha opinião, um cidadão rico quis imitar um costume descrito por Homero (poeta aquém são atribuídos os épicos Ilíada e Odisséia)".
Os poemas de Homero gozavam de imensa popularidade na Grécia. Composta durante o século 8 a.C. e inspirada por uma guerra que teria ocorrido 400 anos antes, a Ilíada descreve a cremação de heróis caídos em batalha.
A cidade moderna de Argos fica sobre as ruínas da Argos antiga, uma das mais famosas cidades da civilização grega. A Argos original é citada por Homero como capital de um dos reis que lutaram ao lado dos gregos contra Tróia.