Detectar câncer mais cedo não reduz mortes.
Mesmo começando tratamento mais cedo, médicos não conseguem salvar mais vidas.
Tomografia computadorizada permite o diagnóstico precoce, mas é cara.
Embora a tomografia computadorizada (CT) permita detectar quase o triplo dos casos de câncer de pulmão que o previsto, os médicos não podem prolongar o tempo de vida dos pacientes. Os resultados apareceram na edição desta quarta-feira da revista especializada "Journal of the American Medical Association".
"O nosso é o primeiro estudo que se pergunta se detectar pequenos tumores no pulmão com CT é o mesmo que interceptar o câncer antes que se espalhe e se torne incurável", assegurou o cientista Peter Bach. "Encontramos uma resposta e ela é não", acrescentou.
"A detecção precoce e tratamento adicional não salvou vidas, mas submeteu os pacientes a tratamentos invasivos e possivelmente desnecessários", disse. Os cientistas, que iniciaram o estudo em 1998, usaram tomógrafos para examinar 3.246 homens e mulheres, com idade média de 60 anos, em Minnesota, Flórida e Itália, que fumaram por uma média de 39 anos, e seguiram o tratamento.
Eles compararam os resultados com modelos estatísticos existentes usados para prever os índices de mortalidade. Os tomógrafos identificaram 99 pessoas com câncer de pulmão e outros 98 foram submetidos a cirurgia. Mas, a quantidade de pacientes que morreram (38) foi similar à prevista pelos modelos estatísticos (39) sem detecção precoce, nem tratamento.
A Associação Americana para o Câncer não recomenda os testes, que custam 400 dólares nos Estados Unidos e que na maioria não são cobertas pelos seguros de saúde.
O câncer de pulmão é a principal causa de morte no mundo. Estima-se que 213.000 americanos serão diagnosticados com a doença em 2007, dos quais 160.000 morrerão. O fumo é a principal causa do câncer de pulmão.