Grupo transforma moléculas em música.

Aminoácidos foram usados para criar uma escala de 20 notas estendida em duas oitavas.
Inspiração foi proteína que, na forma falha, está presente em tumores.

As proteínas, as complexas moléculas da vida, foram traduzidas para a música clássica, informaram cientistas americanos nesta quinta-feira (3). Rie Takahashi e Jeffrey Miller, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, usaram partes de aminoácidos -- os "tijolos" das proteínas -- para criar uma escala de 20 notas estendida em duas oitavas.

Sua inspiração foi a timidilato sintase A (ou ThyA), uma proteína que, na forma falha, está presente em alguns tipos de câncer. O trabalho se baseou no código de DNA. Mas como o DNA só tem quatro "notas" potenciais -- os compostos que formam as fileiras da dupla hélice do filamento --, isto se revelou um limitador musical.

Takahashi e Miller acreditam que sua criação será útil para despertar o interesse dos mais jovens na biologia genômica. Eles também desenvolveram um browser que permite a qualquer pessoa enviar em uma seqüência a codificação de uma proteína que é, então, transformada em música e enviada de volta para o internauta, como arquivo "midi".

As proteínas podem ser qualificadas como a matéria-prima da vida, não apenas compreendendo quase todos os tecidos humanos, mas também desempenhando uma miríade de papéis como marcadores, reparadores e também destruidores.

Alguns exemplos de composições proteícas podem ser ouvidos aqui, aqui, aqui e aqui.