Auto-estima dos filhos.
O que vem a ser auto-estima? De um modo geral, é o valor que a pessoa se dá. O problema é que, quando a criança se valoriza em detrimento do valor que dá ao outro, a buscada auto-estima se transforma em arrogância e tirania.
Na matéria citada, profissionais foram procurados para ajudar a estabelecer a diferença entre auto-estima e arrogância. "Auto-estima é o que cada pessoa sente por si mesma. Seu julgamento geral sobre si mesma, na medida em que sua própria pessoa lhe agrada. Auto-estima elevada não consiste em uma presunção ruidosa. É, sobretudo, um respeito silencioso por si mesmo, a sensação do próprio valor. Quando alguém a sente no fundo de seu ser, alegra-se por ser quem é. A presunção, em troca, não passa de uma capa delgada que cobre a falta de auto-estima. Aquele cuja auto-estima é elevada não perde tempo em impressionar os demais: sabe que tem valor", diz Dorothy Corkille.
Já a psicanalista Isabel Menéndez afirma: "Entende-se por auto-estima que a criança tenha uma percepção de si mesma como alguém valioso e querido, especialmente pelos pais. Ela é construída quando os adultos acompanham a criança no crescimento, impondo-lhe limites, quer dizer, educando-a e formando sua personalidade.”. Lurdes Cestero, psicóloga clínica, acrescenta: "Auto-estima é a capacidade de estar bem consigo mesmo e com o entorno, em um sentido profundo, íntimo". "Às vezes se confunde auto-estima com egolatria. A egolatria é uma estima inflada, baseada em ouvir você é maravilhoso.”
Talvez, um dos motivos desse novo costume de os pais declararem constantemente o amor aos filhos tenha relação com a busca de uma boa auto-estima para os rebentos. Por sinal, no último texto eu não julguei errada tal conduta: apenas analisei um de seus aspectos.
De fato: a criança que sente que é amada por seus pais se valoriza, mas é preciso lembrar que o amor dos pais não é feito só de palavras. “Não basta dizer cem vezes à criança "eu a amo" se o espelho do olhar, da expressão, o discurso não-falado, o que nunca engana, diz outra coisa. Para sentir-se completamente bem por dentro, as crianças precisam de experiências vitais que provem que elas são valiosas e dignas de serem amadas", diz Corkille na matéria.
Considero a declaração de amor dos pais aos filhos algo extremamente valioso em sua formação, mas essa declaração nem sempre é feita por meio de palavras. Afinal, dizer “eu te amo” é simples. O complexo é manifestar isso na convivência, seja com filhos, seja com companheiros, não é verdade?