O Jardim da Alma.
No nascer do sol, todas as manhãs, está uma das provas da presença poderosa de Deus em nossas vidas. Não importam os nossos problemas, maiores ou menores, a dor de quem quer que seja, as guerras ecoando em vários cantos deste planeta: o sol renasce a cada dia... imperturbável, colorindo o horizonte de mil cores para os que o percebem, trazendo alento e esperança!
Assim se comporta a natureza, sempre ritmada e cumprindo um roteiro alheio aos acontecimentos. Quando é necessário se transforma num instante, como quando um dia ensolarado vira um dia de tempestade, com ventos varrendo a atmosfera de emissões negativas, purificando tudo e equilibrando as vibrações de todos nós, espalhadas pelo éter.
Somos parte desse bailado, mas nem sempre estamos conscientes disso. Temos momentos de alegria, como nos dias de sol; temos dias de tristeza, como quando está nublado e chove; nos modificamos e nos renovamos constantemente...
No nosso campo interior, em nossa alma, cultivamos flores belas como os pensamentos de amor e de esperança e ervas daninhas de desencanto e amargura. As planícies de nosso ser nem sempre estão verdes e banhadas de sol, nem nossos lagos interiores têm as suas águas límpidas e azuis como nas belas paisagens ainda preservadas da Terra. Muitos pântanos de dor e desespero são poupados de uma drenagem em nossa mente. Muitas árvores frondosas se encontram cheias de parasitas e parecem até prestes a fenecer. O que plantamos no terreno fértil de nosso coração, colheremos certamente mais à frente. E quanto à poda, ao adubo e ao cuidado com os predadores? A que intervalos lembramos de regar nosso ser interior com sentimentos verdadeiros?
Somos, muitas vezes, jardineiros descuidados desse jardim interior que é apenas nosso e de nossa responsabilidade. Deixamos que insetos peçonhentos vivam por aí, que as pragas do desencanto e da vulgaridade invadam todos os cantos dessa plantação e que a mágoa causticante queime os brotos ainda em botão.
Vamos aprender a orar, pois a oração sincera é eficaz fungicida e há de afastar as pragas de nossa lavoura interior. Vamos regar nossos canteiros com a alegria e a esperança e fiquemos atentos à passagem do tempo... ao nascimento de cada flor, à necessidade de cada sentimento acasalado, de cada pensamento aninhado em nossa mente.
Lembremos, todo o tempo, de nosso jardim interior e cuidemos para que as flores, árvores e frutos que cultivamos estejam sendo regados e alimentados convenientemente, sempre! Nunca esquecendo que sem o Sol – o Self, Deus em nós - não há vida!