Um em cada 30 fetos abortados sobrevive, diz pesquisa.

 
O aborto é legalizado na Inglaterra até a 24ª semana de gravidez
Um em cada 30 fetos abortados por razões médicas nasce vivo, segundo uma pesquisa de dez anos em 20 hospitais britânicos.

A maioria destes bebês com problemas nasceu entre 20 e 24 semanas de gravidez e todos viveram por não mais do que algumas horas.

Os números foram publicados na revista especializada British Journal of Obstetrics and Gynaecology.

A pesquisa virou tema de discussão entre ativistas pró e contra aborto na Grã-Bretanha.

22 semanas

O aborto é legal no país até a 24ª semana de gravidez. Depois deste período, é permitido apenas no caso de a criança ter algum problema grave ou se a vida da mãe estiver em perigo.

Cerca de 190 mil abortos ocorrem por ano na Grã-Bretanha, número que equivale a cerca de um quarto das mulheres grávidas.

A maioria destes abortos é realizada em fetos saudáveis, por razões sociais.

O estudo analisou o resultado de 3.189 abortos, realizados entre 1995 e 2004, devido ao fato de o bebê ter algum tipo de deficiência. E mostrou que 102 - ou um em cada 30 - nasceram vivos.

A faculdade Royal College of Obstetricians and Gynaecologists afirmou que adota procedimentos "rígidos" para o aborto após a 22ª semana.

Segundo estes procedimentos, depois de 22 semanas e além, se existem sinais de uma grande anormalidade fetal e a paciente pede por um aborto, ela recebe uma injeção que pode levar à morte do feto.

A paciente tem direito de recusar este procedimento. Se o bebê nascer vivo, deve ser fornecido cuidado paliativo até a morte da criança.

Na teoria, tal evento pode resultar no médico sendo acusado de assassinato se um "ato deliberado" - ou seja, o aborto legal - for seguido de um nascimento de feto vivo e a morte subseqüente da criança devido à imaturidade.

Julia Milington, do grupo contra aborto Alive and Kicking Campaign, disse que as taxas descobertas em hospitais de apenas uma região da Grã-Bretanha podem ser iguais em outras regiões.

"Se 102 entre 3.189 bebês abortados por razões de deficiência nascem vivos, então quantos bebês saudáveis poderiam ter sobrevivido? É difícil entender o número de bebês em todo o país que são deixados lutando por suas vidas", disse.

Um porta-voz da Royal College of Obstetricians and Gynaecologists informou que um grupo de especialistas está examinando o gerenciamento de casos quando os bebês nascem antes de 21 semanas e seis dias para produzir um relatório com novos procedimentos.