Mais estudos reforçam laço entre reposição hormonal e câncer.
Novos dados publicados nos EUA e no Reino Unido reafirmam a conexão entre a terapia e um aumento no risco de desenvolver câncer de mama e de útero.
Agências internacionais
LONDRES - Cerca de 1.000 mulheres morreram de câncer de ovários no Reino Unido, entre 1991 e 2005, porque estavam usando terapia de reposição hormonal (TRH), segundo artigo que será publicado pela revista médica britânica The Lancet.
Nos EUA, dados divulgados pelo governo e que serão detalhados em artigo do New England Journal of Medicine mostram que a taxa de câncer de mama no país caiu dramaticamente depois que a terapia deixou de ser seguida por milhões de mulheres no país, em 2003.
Os números americanos indicam que, entre 2001 e 2004, as taxas de câncer de mama caíram 9%. A tendência é ainda mais forte para a forma mais comum da doença, na qual o crescimento do tumor depende de hormônios: entre mulheres de 50 a 69 anos, a incidência desse tipo de câncer caiu 15%.
A inclusão dos dados de 2004 no levantamento torna a relação entre câncer e reposição hormonal mais forte, porque, após a queda registrada em 2003, "os números não subiram de novo", diz a médica Julie Gralow, porta-voz da Sociedade de Oncologia Clínica dos EUA.
Na pesquisa britânica, foram avaliados dados de 948.576 mulheres na pós-menopausa, que não haviam sofrido de câncer e nem retirado os ovários nos últimos cinco anos. Cerca de 30% eram usuárias de TRH, e 20% já tinham passado por TRH. Das mulheres estudadas, 2.273 desenvolveram câncer de ovário, e 1.591 morreram desse mal.
O estudo mostra que as usuárias correntes de TRH tinham, em média, 20% mais chance de morrer de câncer de ovário que as que nunca haviam recebido a terapia. Os pesquisadores também escrevem, na Lancet, que depois de parar de tomar TRH, o risco de câncer de ovário volta aos níveis considerados normais.