Telescópio espacial detecta eclipse de buraco negro.


Com o eclipse, astrônomos foram capazes de estimar o tamanho do disco que cerca o astro, avaliando tempo que a radiação emitida levou para reaparecer.

Divulgação
A galáxia NGC 1365. No destaque,
o núcleo visto na faixa de raios-X

WASHINGTON - Observações feitas pelo telescópio espacial Chandra, detectaram um eclipse do buraco negro que existe no centro da galáxia NGC 1365. Uma densa nuvem de poeira passou entre o telescópio e o buraco negro, bloqueando os raios-X de alta energia emitidos pelo material localizado na borda da estrela morta.

Esse alinhamento fortuito permitiu que astrônomos medissem o tamanho do disco de matéria que cerca o buraco negro, uma estrutura relativamente minúscula, em comparação com a escala galáctica. A imagem feita pelo Chandra contém uma fonte brilhante de raios-X no centro, revelando a posição do buraco negro. Uma imagem da galáxia, feita em luz visível, ajuda a contextualizar os dados.

A galáxia NGC 1365 contém o que os cientistas chamam de núcleo galáctico ativo. Pesquisadores crêem que o buraco negro no centro do núcleo é alimentado por um fluxo contínuo de material que, presume-se, tenha a forma de um disco.

O material prestes a mergulhar no abismo deve atingir temperaturas de milhões de graus pouco antes de cruzar o horizonte de eventos, que delimita o volume ao redor do buraco negro a partir da onde não há retorno.

O processo faz com que o gás ao redor produza enormes quantidades de raios-X, mas a estrutura é muito pequena para ser avistada por um telescópio. Com o eclipse, os astrônomos foram capazes de estimar o tamanho do disco, cronometrando a duração da ocultação.