Água pode ser comum no Universo, sugere descoberta.
da France Presse, em WashingtonCientistas americanos descobriram vestígios de água na atmosfera de um exoplaneta, termo usado para definir um planeta situado fora do nosso Sistema Solar, o que sugere que a água atmosférica pode ser relativamente comum no Universo.
Travis Barman, astrônomo do Lowell Observatory em Flagstaff, Arizona, e Heather Knutson, estudante da Universidade Harvard, analisaram dados e medições feitas com o telescópio espacial Hubble e aplicaram novos modelos teóricos para demonstrar a probabilidade de absorção de água na atmosfera do planeta HD209458b.
O planeta está a 150 anos-luz da Terra, na constelação de Pégaso. Um ano-luz é a distância que a luz percorre no vácuo em um ano e equivale a 9,454 trilhões de quilômetros.
Os cientistas anteciparam durante anos que os chamados exoplanetas mostrariam indícios de água na atmosfera, inclusive aqueles que orbitam mais perto de sua estrela central do que Mercúrio com relação ao Sol.
Mas, segundo os astrônomos, esta proximidade dificultou a detecção de água.
O HD209458b foi o primeiro exoplaneta em trânsito já descoberto, ou seja, o primeiro a passar diante de um corpo muito maior, da posição vantajosa da Terra. Também é o primeiro exoplaneta conhecido a ter atmosfera.
O pequeno planeta orbita sua estrela a cada três dias e meio e, a cada vez que passa, os cientistas podem calcular o que há em sua atmosfera e como absorve a luz da estrela.
Knutson se baseou na informação sobre o HD209458b tomada pelo telescópio Hubble e aplicou o novo modelo teórico de Barman, o que resultou na identificação de absorção da água na atmosfera do planeta.
"É animador que as previsões teóricas de água em planetas fora do Sistema Solar pareçam bater razoavelmente bem com as observações", disse Barman em um comunicado divulgado no site do observatório.
"Sabemos agora que existe vapor d água na atmosfera de um exoplaneta, o que nos permite pensar que outros exoplanetas contêm igualmente vapor d água em sua atmosfera", acrescentou.
A pesquisa teve o apoio do programa Origens do Sistema Solar, da agência espacial americana Nasa e espera-se que seja publicada no jornal "Astrophysical Journal".