Hospital mexicano combina tecnologia moderna e curandeiros.
A unidade vai atender cerca de 50 mil indígenas tzotziles de Chiapas.
Efe
SAN ANDRÉS LARRAÍNZAR, México - Autoridades inauguraram na quinta-feira, 29, no estado mexicano de Chiapas um hospital que combina modernos laboratórios e salas de cirurgia, com salas para curandeiros e um temazcal (banho de vapor), usado na medicina tradicional indígena.
O hospital, que tem área para as consultas com parteiras, outra para partos naturais, sala para os médicos tradicionais, ou "iloles" e um temazcal com capacidade para 22 pessoas vai atender cerca de 50 mil indígenas tzotziles de Chiapas.
O hospital foi inaugurado pelo ministro da Saúde, José Ángel Córdova, e pelo representante da Organização Pan-americana da Saúde (OPS), Gustavo Bergonzoli.
Córdova explicou que o Governo do presidente Felipe Calderón vai defender o reconhecimento da medicina tradicional indígena. "Vamos dar a ela os elementos para mostrar cientificamente todo o seu valor", prometeu.
A cerimônia contou com mulheres e homens vestidos com seus trajes tradicionais de lã e algodão, que se dedicam à medicina tradicional. O secretário de Saúde agradeceu a eles pelo "grande trabalho" que realizam em benefício dos povos indígenas.
Além disso, anunciou o compromisso do Governo para capacitar as parteiras e garantir às mulheres "atendimento profissional" no momento do parto no novo hospital, que procura reduzir o índice de mortalidade materna.
As instalações, que custaram 17 milhões de pesos (US$ 1,5 milhão), contam com uma clínica moderna, 12 camas para hospitalização, salas de cirurgia, raios X, ginecologia e obstetrícia, urgências, cardiologia e laboratório.
O centro hospitalar fica no município de San Andrés Larraínzar, que foi sede dos diálogos entre a guerrilha zapatista e o Governo mexicano há 10 anos.