Trombada cósmica destruiu planetóide vizinho de Plutão.

Um objeto do tamanho de Plutão foi destruído 4,5 milhões de anos atrás em uma violenta colisão nos confins do Sistema Solar, e os restos do impacto ainda são visíveis. A descoberta, anunciada pelo astrônomo Michael Brown --o mesmo que descobriu Eris, planeta-anão maior que Plutão- revelou a primeira família de asteróides (os restos da colisão) além de Netuno.

Brown conseguiu rastrear a colisão no tempo a partir da descoberta de outro planetóide na região. O objeto, registrado com a sigla "2003 EL61", ainda não tem nome, mas foi apelidado de "Santa" (Papai Noel, em inglês) porque foi visto pela primeira vez pouco antes do Natal daquele ano.

"Santa" é o terceiro maior objeto do cinturão de Kuiper, a região orbital de Plutão e Eris. Ele tem forma irregular e gira extremamente rápido, característica que intrigou os cientistas. "Ele gira tão rápido que se esticou na forma de uma bola de futebol americano meio esvaziada e pisoteada", disse Brown em comunicado a jornalistas.

Em estudo na edição de hoje da revista "Nature", o astrônomo descreve uma família de asteróides com órbitas e composição semelhantes às de Santa, evidência de que são destroços da colisão. Eles seriam uma evidência de que o planetóide oval era maior, possivelmente um planeta-anão redondo.

Segundo Brown, como a órbita de Santa tende a ser instável, ele pode mergulhar em direção à vizinhança do Sol no próximo bilhão de anos, como um cometa. "É um bocado de tempo para esperar, mas 2003 EL61 pode se tornar de longe o maior cometa em éons", diz.