Falta dinheiro para rastrear asteróides assassinos, diz Nasa.


Em 2005, o Congresso americano havia pedido à Nasa que elaborasse um plano para rastrear os asteróides, e para desviar os de potencial mais catastrófico.

Associated Press

Nasa
Ilustração de um asteróide gigante rompendo a atmosfera terrestre

WASHINGTON - Autoridades da Nasa dizem que a agência tem a capacidade de detectar praticamente todos os asteróides que poderiam representar perigo para a Terra mas, por conta da falta de verbas, o serviço não será feito.

O custo de localizar, até 2020, pelo menos 90% dos 20.000 asteróides e cometas que são ameaças em potencial para a vida na Terra seria de US$ 1 bilhão (R$ 2,1 bilhões), de acordo com relatório que a Nasa divulgará oficialmente mais para o fim da semana.

Em 2005, o Congresso americano havia pedido à Nasa que elaborasse um plano para rastrear os asteróides assassinos, e para desviar os de potencial mais catastrófico.

"Sabemos o que fazer. Só não temos o dinheiro", disse o diretor do Centro de Pesquisa Ames da Nasa, Simon Worden.

Os asteróides perigosos são os maiores de 140 metros em diâmetro. São ameaçadores porque, mesmo que não atinjam a Terra, caso se desintegrem perto - aquecidos, por exemplo, pelo atrito na atmosfera - a devastação das ondas de choque ainda seria imensa, suficiente para devastar um pequeno país.

A Nasa já rastreia objetos de pelo menos 1 km de diâmetro, que têm o potencial de varrer quase toda a vida da face da Terra. Mas mesmo essa busca, que já identificou 769 objetos - nenhum em rota de colisão conosco - está atrasada.

A Nasa precisa se esforçar mais para localizar corpos menores, mas ainda perigosos. Existem observações feitas em outras partes do mundo, mas o governo dos EUA é o único com um programa estabelecido para rastrear asteróides, diz a Nasa.

Uma solução seria construir um novo telescópio baseado em terra só para a caça aos asteróides, e complementá-lo com o uso de telescópios de outras agências, para um gasto total de US$ 800 milhões (R$ 1,7 bilhão). Outra opção seria lançar um novo telescópio espacial, que faria o serviço mais depressa, por US$ 1,1 bilhão (R$ 2,3 bilhões). Mas o governo dos EUA considerou ambas as opções caras demais.

A Terra levou um susto em 2004, quando análises iniciais sugeriram que um asteróide de 270 metros, 99952 Apophis, teria boa chance de atingir o planeta em 2029. Novas observações, no entanto, descartaram a possibilidade. Agora, astrônomos acreditam que há uma chance em 45.000 de colisão em 2036.