Mapa cósmico mostra interação de quasares e matéria escura.


A matéria escura que, segundo as principais teorias atuais, compõe cerca de 25% do Universo, não interage com a luz e só pode ser detectada pela gravidade.

WASHINGTON - Usando um mapa de mais de 4.000 quasares dos pontos mais distantes do Universo, cientistas do projeto Sloan Digital Sky Survey (SDSS-II) descobriram que esses objetos brilhantes reúnem-se em aglomerados densos, com enormes concentrações de quasares separadas por vastos volumes de espaço vazio. Essa distribuição sugere que os quasares estão no interior de concentrações de matéria escura.

A matéria escura que, segundo algumas das principais teorias atuais, compõe cerca de 25% do Universo, não interage com a luz ou com os campos elétricos, e só pode ser detectada por seu efeito gravitacional sobre a matéria comum.

"Mapas anteriores mostravam que os quasares mais próximos se aglomeram como galáxias normais", disse o pesquisador Yue Shen, principal autor do trabalho. "Mas a aglomeração em nosso mapa é dez vezes mais intensa".

Quasares são concentrações extremamente luminosas de gás, no processo de mergulhar dentro de buracos negros superpesados, localizados no centro de galáxias. Essa luminosidade intensa permite que os quasares sejam observados a grande distâncias. Como a luz viaja com uma velocidade finita, mapas de quasares distantes permitem vislumbrar a estrutura do Universo em seus primórdios.

"Quasares ficam em galáxias, que ficam em halos de matéria escura", explica o astrônomo Michael Strauss, que faz parte da equipe de Shen. "Numa galáxia típica, há dez vezes Amis matéria escura que matéria comum".

"Demonstramos que os quasares mais brilhantes, energizados pelos maiores buracos negros, ficam nos halos mais pesados do Universo primitivo, com vários trilhões de vezes a massa do Sol", acrescenta Shen. "Isso é, em linhas gerais, o que as teorias prevêem".