Palpite instintivo pode oferecer vantagens, diz estudo


O estudo foi realizado com dez voluntários, que precisaram localizar a única versão invertida de um símbolo que se repetia mais de 600 vezes por toda a tela.

LONDRES - Há casos em que não pensar antes de tomar uma decisão pode ser melhor do que pensar só um pouco, mostra um estudo realizado por pesquisadores do University College London (UCL), e publicado no periódico Current Biology.

Os voluntários, ao tentar identificar a figura diferente numa tela com mais de 650 símbolos idênticos, saíram-se melhor quanto tinham uma fração de segundo para decidir do que quando lhes era dado pouco mais de um segundo inteiro. Com quatro segundos, no entanto, a precisão retornava.

Segundo o pesquisador Li Zhaoping, "a função consciente, ou de alto nível, do cérebro, quando ativa, veta a decisão inicial do subconsciente - mesmo quando ela está correta - fazendo-nos ignorar ou desconfiar de nossos instintos".

O estudo foi realizado com dez voluntários, que precisaram localizar a única versão invertida do símbolo que se repetia por toda a tela. Os participantes tiveram de dizer se a figura invertida estava na metade direita ou esquerda da imagem. O tempo para a tomada de decisão era contado a partir do momento em que o olhar do participante recaía sobre a figura diferente.

Com uma fração de segundo, os voluntários acertaram em 95% das vezes. Com mais de um segundo, o grau de acerto caiu para 70%. Com mais de quatro segundos, o nível de acerto voltou a subir.

Segundo Zhaoping, o rastreamento dos olhos dos participantes mostra que eles haviam visto a figura invertida, mesmo quando atribuíam o acerto da identificação à sorte.