Planetas gigantes nascem muito depressa, diz estudo.
Planetas como Júpiter e Saturno devem surgir durante os primeiros 10 milhões de anos de vida de suas estrelas, caso contrário não se formarão mais.
Agência Fapesp
SÃO PAULO - Os planetas gigantes gasosos - como Júpiter e Saturno no Sistema Solar - ou são formados durante os primeiros 10 milhões de anos de vida de suas estrelas ou não se formarão mais, de acordo com estudo feito a partir de observações realizadas com o telescópio espacial Spitzer, da Nasa.
A pesquisa foi publicada em The Astrophysical Journal e terá seus resultados divulgados nesta segunda-feira, durante o 209º Encontro da Sociedade Norte-Americana de Astronomia, em Seattle, nos Estados Unidos.
O trabalho apresenta novas evidências de que os gigantes gasosos podem se formar bastante cedo em relação à história de suas respectivas estrelas. A vida de uma estrela como o Sol dura cerca de 10 bilhões de anos.
Ilaria Pascucci, do Observatório Steward da Universidade do Arizona, coordenou a equipe de astrônomos que conduziu a busca em torno de 15 estrelas jovens, na maior parte com idades entre 3 milhões e 30 milhões de anos.
Os cientistas utilizaram os sensores infravermelhos do Spitzer para buscar gás aquecido nas partes internas de sistemas estelares, em áreas comparáveis, no Sistema Solar, à região entre a Terra e Júpiter.
A equipe, em seguida, procurou gás frio nas regiões externas desses sistemas solares com o telescópio de um observatório localizado no monte Graham, no Arizona. As zonas externas são análogas à região do Sistema Solar localizada além da órbita de Saturno.
Todas as estrelas no estudo - incluindo as mais jovens, com poucos milhões de anos - têm em torno delas uma quantidade de gás equivalente a menos de 10% da massa de Júpiter. Segundo os pesquisadores, isso indica que os gigantes gasosos já se formaram nesses novos análogos do Sistema Solar - ou não se formarão mais.
Os astrônomos suspeitam que o gás em torno das estrelas possa também ser importante para imprimir aos planetas rochosos, como a Terra, órbitas relativamente circulares. Se a órbita terrestre fosse altamente elíptica em vez de relativamente circular, as variações de temperatura no planeta seriam tão altas que impediriam o desenvolvimento de organismos complexos.