Sonda caçadora de planetas parte em foguete russo.
Além de buscar planetas rochosos fora do Sistema Solar, o Corot analisará o interior de estrelas distantes. Brasil é um dos países envolvidos na missão.
Agências internacionais
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MOSCOU - A Rússia lançou um foguete Soyuz-2 para colocar em órbita o satélite astronômico europeu Corot, destinado à detecção de planetas fora do Sistema Solar e à exploração do interior das estrelas.
A missão Corot, calculada para um prazo de dois anos e meio, é de responsabilidade da Agência Espacial Francesa (Cnes), e conta com participação da Agência Espacial Européia (ESA), Brasil, Espanha, Alemanha, Áustria e Bélgica.
A Agência Espacial Brasileira (AEB) informou que "é a primeira vez que astrônomos brasileiros participam da construção de um satélite científico, com os mesmos direitos de seus parceiros europeus de explorar os dados científicos a serem obtidos".
Segundo a mesma fonte, cerca de 70 astrônomos e estudantes dos principais centros de pesquisa astronômica do País participarão das observações do satélite.
O lançamento do foguete portador Soyuz, dotado de um bloco de aceleração Fregat, aconteceu às 12h23 de Brasília, da base de Baikonur (Casaquistão, Ásia Central), informou a agência espacial russa Roscosmos.
Nove minutos após a decolagem, o satélite se separou do foguete para ser levado à órbita pelo bloco de aceleração, informou um porta-voz da Roscosmos à agência Interfax.
Para isso, acrescentou, o Fregat pôs seus propulsores em funcionamento por duas vezes, e separou-se do satélite 50 minutos após o lançamento.
Inicialmente, o lançamento estava programado para o dia 21 deste mês, mas um vazamento detectado no foguete Soyuz motivou o adiamento da decolagem.
O satélite tem uma massa de 630 quilos e foi colocado em uma órbita a uma altura de 896 quilômetros em perigeu (ponto da órbita mais próximo do centro da Terra) e 915 quilômetros em apogeu (ponto mais distante).
Corot é o acrônimo de "Convecção, Rotação e Trânsitos planetários". O satélite é capaz de explorar o interior estelar detectando "estrelamotos", ondas acústicas que surgem no interior do astro e enviam perturbações até a superfície.
A palavra "Trânsito" deve-se à utilização de uma técnica que permite deduzir a presença de um planeta a partir do enfraquecimento na luz da estrela, produzida quando o mundo passa em frente ao astro.
Para cumprir seu duplo objetivo científico, o Corot, que inaugura uma nova etapa na busca de planetas em torno de estrelas que não o Sol, vigiará cerca de 120 mil estrelas com seu telescópio de 30 centímetros.