Missão vai procurar planetas fora do Sistema Solar.
A primeira missão espacial em busca de planetas como a Terra deverá ser lançada nesta quarta-feira de Baikonur, no Cazaquistão.
O projeto foi liderado pela agência espacial francesa, Cnes, mas também envolveu outros países, incluindo o Brasil. Batizada de Corot, a espaçonave é a primeira capaz de detectar planetas fora do Sistema Solar, apenas algumas vezes maiores do que a Terra. "Nós deveremos ter condições de detectar (planetas) duas vezes maiores do que a Terra", afirmou o professor de astronomia na Universidade de Londres e representante da Agência Espacial Européia no comitê científico Corot. O menor planeta fora do Sistema Solar encontrado até hoje é cinco vezes maior do que a Terra. Estima-se, entretanto, que a Corot possa detectar centenas de planetas menores assim como outros muito maiores enquanto vasculha o espaço. A Corot deverá ser lançada por um foguete Soyuz-2-1b a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, às 12h43 de Brasília de quarta-feira. A espaçonave será levada para a órbita polar, a 827 quilômetros da Terra, onde começará a procurar campos estelares. A duração prevista da missão é de aproximadamente dois anos e meio. Fora do Sistema Solar Cientistas esperam que a missão amplie o seu conhecimento sobre planetas do tamanho da Terra que estão fora do Sistema Solar. A identificação desses planetas é considerada crítica na busca por eventuais formas de vida extraterrestre. O primeiro planeta "extrasolar" foi observado em 1995, quando dois astrônomos do Observatório de Genebra detectaram um planeta orbitando a estrela 51 Pegasi, a uma distância de 50 anos-luz. Desde então, foram descobertos 209 planetas em 170 sistemas solares e o número aumenta a uma média de dois por mês. Monitorar estrelas "Nós esperamos 25 anos para lançar uma missão dessas no espaço", disse Ian Roxburgh, professor de astronomia na Universidade de Londres e representante da Agência Espacial Européia no comitê científico Corot. Segundo Roxburgh, a missão também servirá para "monitar um número significativo de estrelas para descobrir como elas são no interior e como evoluem ao longo do tempo". Além do Brasil, participam da missão Áustria, Espanha, Alemanha, Bélgica e a Agência Espacial Européia (ESA, na sigla em inglês). A França assumirá 75% do custo do projeto, estimado em US$ 221 milhões. |