Nasa apresenta estratégia para estabelecer base na Lua.


O plano estabelece a realização de diversas viagens de equipes de quatro astronautas à Lua, para missões com uma semana de duração, a partir de 2020.

Carlos Orsi

Nasa
Astronautas e robôs trabalham juntos, em ilustração divulgada pela Nasa

SÃO PAULO - A Nasa apresentou nesta segunda-feira, 4, sua estratégia para o retorno à Lua, seguindo a diretriz traçada pelo presidente dos EUA, George W. Bush, em 2004. Os novos veículos espaciais em desenvolvimento, a série de foguetes Ares e de naves Órion, farão parte dessa estratégia.

O plano propõe o estabelecimento de uma base movida a energia solar perto de um dos pólos lunares - onde há regiões quase que permanentemente iluminadas. Nesse local, astronautas podem aprender a usar os recursos naturais da Lua para garantir a própria subsistência, como um treino para uma futura missão a Marte, além de realizar pesquisas científicas.

A base deverá contar com tripulação permanente, como ocorre com a atual Estação Espacial Internacional (ISS), a partir de 2024.

O plano prevê a realização de diversas viagens de equipes de quatro astronautas à Lua, para missões com uma semana de duração, a partir de 2020, com a criação e expansão da base em pequenos incrementos semestrais. A previsão é de haver uma estrutura quase auto-suficiente por volta de 2025.

Depois da primeira série de missões de uma semana, haveria missões com duração de até 180 dias, em preparação para uma viagem a Marte. Uma missão com astronautas ao planeta vermelho pode durar, entre a partida dos astronautas e o retorno à Terra, até três anos.

A proposta apresentada pela Nasa requer o envio de robôs à Lua para preparar o terreno para a chegada dos astronautas, analisando a presença de elementos úteis no ambiente e avaliando o risco do local de pouso escolhido.

A primeira dessas missões preparatórias será ser o Lunar Reconnaissance Orbiter, que deverá ser lançado em 2008, para elaborar mapas de alta resolução da Lua, em busca de locais de pouso e de depósitos de gelo que possam ser usados como fontes de água.

Segundo nota distribuída pela Nasa, a chamada Estratégia Global de Exploração - que define por que voltar à Lua, e o que fazer lá - está sendo preparada em meio a um diálogo com representantes de agências espaciais internacionais, como da Austrália, do Canadá, da China, da Europa, da Rússia, da Coréia do Sul e da Ucrânia.

Para responder á pergunta "por quê", a Nasa divulgou, junto com a nota sobre o plano para a base lunar, um pôster que cita seis pontos: estender a presença humana na Lua e viabilizar a colonização; desenvolver o conhecimento científico; preparar a exploração de Marte; criar oportunidade para parcerias internacionais; expandir a economia para além da Terra; estimular o interesse público em ciência e educação.