Cassini fotografa olho de tempestade em pólo de Saturno.


A tempestade de Saturno é a única, fora da Terra, a ter uma estrutura de furacão.

Nasa
O olho do furacão do planeta Saturno

WASHINGTON - A sonda Cassini, da Nasa, viu algo que nunca tinha sido visto em outro planeta: no pólo sul de Saturno, uma tempestade semelhante a um furacão, com um olho perfeitamente desenvolvido, cercado por altas nuvens. Esse" furacão" tem cerca de 8.000 km de diâmetro, ou dois terços do diâmetro do planeta Terra.

"Parece-se com um furacão, mas não se comporta como um furacão", disse Andrew Ingersoll, um membro da equipe que capta as imagens produzidas pela sonda.

Um filme gravado pela Cassini, durante um período de três horas, revela ventos ao redor do pólo sul de Saturno soprando, em sentido horário, à velocidade de 560 km/h. A câmera captou ainda a sombra projetada por um anel de nuvens que cerca o pólo, e dois braços espirais de nuvens, que se estendem a partir desse anel central.

Nuvens de "parede do olho" são uma característica particular de furacões terrestres. Elas se formam quando o ar flui sobre a superfície do oceano, elevando-se verticalmente, liberando chuva ao redor de um círculo mais estreito de ar descendente, que é olho da tempestade. Não se sabe se esse tipo de convecção de umidade também impulsiona a tempestade de Saturno, mas o olho sobre o pólo, as nuvens na parede do olho e os braços espirais sugerem um sistema muito parecido com os nossos furacões.

Nuvens de parede do olho nunca foram vistas fora da Terra. Nem mesmo a maior tempestade conhecida no Sistema Solar, a Grande Mancha Vermelha de Júpiter, tem esse tipo de estrutura.

A tempestade de Saturno é diferente dos furacões terrestres porque está presa sobre pólo, e não se desloca como um furacão de verdade. Além disso, não há um oceano em Saturno para servir de base ao ciclone.