Crânio revela autópsia realizada há 400 anos.
Cientistas usando técnicas modernas concluíram que a colônia francesa de St. Croix foi dizimada pelo escorbuto, doença causada pela falta de vitamina C.
AP
PORTLAND, EUA - A mais antiga autópsia realizada no continente norte-americano foi executada há mais de 400 anos, por colonos franceses desesperados para descobrir o que os estava matando, durante um inverno rigoroso na Ilha St. Croix.
Uma equipe de antropólogos forenses dos EUA e do Canadá confirma que o crânio de um homem, sepultado na ilha entre 1604 e 1605, mostra evidências de ter sofrido autópsia, afirmam cientistas. Cerca de metade dos 79 colonos, liderados pelos exploradores Pierre Dugua e Samuel Champlain, morreram durante o inverno, de desnutrição e exposição ao mau tempo.
O crânio em questão foi descoberto durante escavações realizadas pelo Serviço de Parques Nacionais, em junho de 2003. O alto do crânio havia sido removido, expondo o cérebro; a tampa do crânio foi recolocada antes do sepultamento.
"Este é o mesmo procedimento usado nas autópsias atuais", disse Thomas Crist, que liderou a equipe responsável pelo estudo. A descoberta bate com textos deixados por Champlain. Em suas memórias, ele descreve que o cirurgião-barbeiro ordenou "a abertura de diversos homens, para determinar a causa de suas doenças". Cientistas usando técnicas modernas concluíram que a colônia foi dizimada pelo escorbuto, doença causada pela falta de vitamina C.
A colônia de St. Croix teve vida curta, mas deu aos franceses o crédito por estabelecer presença no Novo Mundo antes dos ingleses.