Telescópio revela camadas da destruição de uma estrela.
O telescópio Spitzer mostra que a explosão de Cassiopéia A preservou a estrutura em camadas que separava os elementos químicos no interior da estrela.
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WASHINGTON - Astrônomos usando o telescópio espacial Spitzer, da Nasa, descobriram que uma estrela explodida, Cassiopéia A, destruiu-se de forma mais ou menos ordenada, retendo muito da divisão de sua estrutura original, em camadas. "O Spitzer, essencialmente, encontrou várias peças perdidas do quebra-cabeças Cassiopéia A", disse Jessica Ennis, da Universidade de Minnesota. Ela é a principal autora do artigo sobre as novas descobertas, e que será publicado no Astrophysical Journal.
"Descobrimos novos pedaços das camadas de ´cebola´, que não tínhamos visto antes", disse o pesquisador Lawrence Rudnick. "Isso nos informa de que a explosão da estrela não foi caótica o bastante para mexer seus restos numa grande pilha de purê".
Cassiopéia A é um remanescente de supernova. A estrela original, com cerca de 15 a 20 vezes a massa do Sol, morreu numa explosão. Como todas as estrelas saudáveis, antes de se autodestruir Cassiopéia era arrumada e organizada, consistindo de camadas concêntricas, feitas de diversos elementos químicos.
A "epiderme" da estrela consistia de elementos mais leves, como hidrogênio; as camadas intermediárias, com elementos mais pesados, como o gás neônio; e no núcleo acumulavam-se elementos pesados, como o ferro.
Até agora, os cientistas não sabiam exatamente o que havia acontecido no momento da morte de Cassiopéia A. Uma possibilidade é a de uma explosão ordenada, com a expansão das camadas de forma sucessiva, sem a mistura dos elementos.
Nesse caso, a onda de destroços que se expande a partir do foco da explosão deveria preservar a mesma estrutura em camadas da estrela.
Observações anteriores revelaram algumas dessas camadas, mas havia lacunas inquietantes.
O Spitzer resolveu a charada. De fato, partes de Cassiopéia A não foram expelidas tão depressa quanto outras, de forma que algumas partes do conjunto de camadas disparou pelo espaço mais depressa que outras.
"Parece que a maior parte das camadas originais da estrela partiram em ordem sucessiva, mas a diferentes velocidades médias", disse o cientista da Nasa William Reach.