Antes do Halloween, cientista alerta: vampiros não existem.


Mais de 30% dos americanos acreditam que uma casa pode ser assombrada.

AP

WASHINGTON - Vampiros, fantasmas e zumbis podem fazer sucesso nas histórias de terror, mas é preciso lembrar que essas coisas não existem na realizade, adverte o físico americano Costas Efthimiou. Longe de temer estar reafirmando o óbvio, Efthimiou, professor da Universidade Central da Flórida, cita pesquisas de opinião pública que indicam a credulidade do povo americano quando o assunto é o sobrenatural.

Usando ciência e matemática, Efthimiou explica que fantasmas não podem caminhar e atravessar paredes ao mesmo tempo, como Patrick Swayze no filme Ghost. Isso viola a lei da ação e reação: se fantasmas andam, seus pés aplicam uma força no piso. Mas se atravessam paredes, então não têm substância. "Então, qual é? Fantasmas são materiais ou imateriais?", pergunta ele.

Zumbis e vampiros se saem ainda pior sob um exame crítico.

Efthimiou analisou o caso mais famoso de criança-zumbi: o de um menino haitiano que foi declarado morto em 1989 e voltou do túmulo um dia depois do funeral, sendo considerado um zumbi a partir de então. O menino, de acordo com pesquisas posteriores, nunca morreu de fato: foi paralisado pelo veneno de um peixe.

O físico se vale de uma calculadora para provar que, se um vampiro sugasse o sangue de uma pessoa ao mês, e essa pessoa também se transformasse num vampiro - como reza a lenda - em uns dois anos só haveria vampiros no mundo.

Todos esses cálculos constam de um "paper" - um artigo científico - escrito por Efthimiou e Sohang Gandhi, e publicado no arquivo de trabalhos científicos ArVix.

Para Efthimiou e outros cientistas, o público americano nem sempre é tão cético quanto deveria. O físico cita relatórios da Fundação Nacional de Ciências que indicam uma crença disseminada em pseudociências, como vampirismo, astrologia e percepção extra-sensorial.

Mais de 30% dos americanos acreditam que uma casa pode ser assombrada, de acordo com pesquisa Gallup realizada em 2005.

O professor de Física da Universidade de Maryland, Bob Park, autor do livro Voodoo Science, diz que os cientistas precisam continuar a chamar a atenção do público para o óbvio. "Há coisas que temos de mostrar que é bobagem", afirma.