Ecossistemas podem sofrer colapso em 2050, diz WWF
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Os níveis de consumo mundiais podem resultar em um colapso do ecossistema da Terra em 2050, de acordo com um relatório da organização Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês).
O relatório Planeta Vivo, publicado a cada dois anos, concluiu que a natureza está sendo degradada "a um nível sem precedentes na história da humanidade". O relatório é composto de duas partes. O Índice Planeta Vivo acompanha as populações de 1.313 espécies vertebradas de peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos em todo o mundo. Já o índice de Pegadas Ecológicas mede a demanda humana pelos recursos naturais. Recursos naturais As pegadas ecológicas são medidas pela quantidade de terra biologicamente produtiva e de água existentes para atender a demanda por alimentos, madeira, abrigo e para absorver a poluição causada pela atividade humana. De acordo com o relatório, a pegada ecológica mundial ultrapassou a capacidade da Terra em 25% em 2003, quando os dados mais recentes foram compilados. Em 2001, o nível era de 21%. A pegada causada pela emissão de dióxido de carbono, por meio do uso de combustíveis fósseis, foi a que teve o maior crescimento, subindo mais de nove vezes entre 1961 e 2003. "Com as projeções atuais, a humanidade estará usando o equivalente aos recursos naturais de dois planetas em 2050", diz o WWF. No topo da lista dos países com mais de um milhão de habitantes e as maiores pegadas ecológicas estão os Emirados Árabes Unidos e os Estados Unidos. Em seguida vêm a Finlândia, o Canadá, o Kuwait e a Austrália. O Brasil continua com superávit em sua pegada ecológica (com quantidade per capita de recursos naturais sendo maior do que a demanda por esses recursos) e ocupa a 58º posição entre os 71 países mencionados pelo estudo. Espécies O índice de espécies também causa preocupação, segundo o WWF. A população de espécies terrestres analisadas caiu 31% entre 1970 e 2003. Já as espécies marinhas tiveram declínio de 28%. O diretor de campanhas do WWF, Paul King, disse que o mundo está acumulando uma "séria dívida ecológica". "Está na hora de fazermos algumas escolhas vitais para permitir que as pessoas tenham um estilo de vida em união com o planeta", disse. As estratégias que funcionarão para reverter esse quadro são as que "convidam a interação e estimulam a capacidade de invenção humana", segundo o relatório. O plano de desenvolvimento urbano da cidade de Curitiba, no Brasil, é mencionado no relatório como exemplo de uma estratégia sustentável de sucesso. "Métodos inovadores para atender às demandas humanas são necessários se quisermos ultrapassar a crença de que um melhor bem-estar necessariamente significa mais consumo", diz o relatório. |