Italianos afirmam ter descoberto segredo do Oráculo de Delfos.
O Oráculo de Delfos, situado na Grécia, era um templo sagrado dedicado ao deus Apolo, onde sacerdotisas faziam profecias.
EFE
ROMA - Cientistas italianos asseguraram ter revelado o segredo das profecias do Oráculo de Delfos, ao descobrir a existência de emanações de gás metano, o que refutaria uma hipótese formulada anteriormente por especialistas americanos.
Em uma nota divulgada nesta quarta-feira, o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (Ingv) da Itália revela a descoberta, por meio de pesquisas baseadas em novas tecnologias de alta precisão.
Com essas técnicas, os cientistas puderam detectar pequenas emanações de metano, de origem não bacteriana, ao mesmo tempo em que estabeleceram que a presença de sedimentos no local se deve ao anidrido carbônico produzido pela oxidação do metano na superfície.
Essa revelação lhes permite afirmar que o gás original na antiguidade era o metano.
"Portanto, se havia um efeito de "intoxicação" no interior do templo, isto poderia ser simplesmente devido à falta de oxigênio produzido pelas emanações de metano", disse Giuseppe Etiope, geólogo do Ingv que dirigiu a pesquisa.
O cheiro doce que existia no templo, segundo reza a tradição histórica, poderia se dever à presença de quantidades pequenas de hidrocarbonetos aromáticos, como a benzina, que podem formar-se facilmente nas rochas betuminosas de Delfos.
O Oráculo de Delfos, situado na Grécia, era um templo sagrado dedicado ao deus Apolo, ao qual os gregos da Antiguidade compareciam para perguntar questões relativas ao futuro. As respostas eram dadas em forma de profecias por sacerdotisas que entravam em transe e sofriam delírios.
A tese do Ingv contesta a hipótese de um grupo de geólogos dos Estados Unidos, que em 2001 afirmou ter revelado o mistério do oráculo de Delfos, ao indicar que os delírios poderiam ser causados pelo gás etileno.
O etileno é um potente anestésico neurotóxico, e pode induzir estados alterados. A hipótese dos cientistas americanos foi publicada pela revista Geology, a mesma que agora divulga as pesquisas do Ingv, de acordo com seu comunicado.
"O etileno não se dá na natureza em quantidade que possibilite perceber seu cheiro, e muito menos a ponto de induzir efeitos neurotóxicos. O etileno se forma principalmente pela atividade bacteriana, à baixa temperatura, no subsolo, mas em quantidades mínimas, e somente sob certas condições", disse Etíope.