Vaticano apresenta cemitério da era romana.


Enterrados ali estavam romanos da classe alta, bem como artesãos, sepultados com os símbolos de suas profissões.

AP

Museus do Vaticano/AP
Piso de mosaicos, encontrado no cemitério do Império Romano

VATICANO - Visitantes do Vaticano poderão, em breve, visitar um mundo dos mortos reaberto há pouco tempo, um cemitério dos ricos, e dos não tão ricos, do Império Romano. Representantes dos Museus do Vaticano e arqueólogos ofereceram a jornalistas, nesta segunda-feira, um passeio pela necrópole, desenterrada há três anos, durante a construção de um estacionamento. Um arqueólogo disse que as esculturas, entalhes e outros objetos sepultados com os mortos fazem do achado uma "pequena Pompéia" dos cemitérios.

Os túmulos, que vão desde simples urnas de terracota ainda contendo as cinzas dos mortos a sarcófagos delicadamente esculpidos, datam de entre a era de Augusto (23 a.C. - 14 d.C.) à de Constantino, no início do século IV.

A partir de passagens especialmente construídas para visitantes, turistas podem observar alguns esqueletos, incluindo uma criança sepultada juntamente com um ovo de galinha. O ovo, cuja casca esmagada foi reconstituída pelos arqueólogos, pode ter simbolizado a esperança do renascimento, segundo arqueólogos.

Enterrados ali estavam romanos da classe alta, bem como artesãos, sepultados com os símbolos de suas profissões, o que dá aos arqueólogos um vislumbre raro da vida da classe média e baixa.

"Tínhamos os mausoléus de Adriano e Augusto", disse Giandomenico Spinola, chefe do departamento de Antigüidade Clássica dos Museus do Vaticano. Mas, segundo ele, faltavam túmulos das classes mais baixas.