Hubble confirma teoria sobre origem de planetas.


O Hubble, com ajuda de telescópios baseados no solo, finalmente conseguiu confirmar uma previsão do filósofo Immanuel Kant.

HST
Visão artística do planeta Epsilon Eridani b, com a estrela ao fundo

WASHINGTON - Mais de 200 anos atrás, o filósofo Immanuel Kant propôs que planetas nascem de discos de poeiras e gás que giram em torno de estrelas. Desde então, astrônomos já detectaram estrelas com planetas e estrelas com discos de poeira, mas nunca tinham visto uma estrela com planeta e disco ao mesmo tempo - até agora. O Telescópio Espacial Hubble, com ajuda de telescópios baseados no solo, finalmente conseguiu confirmar a previsão de Kant: planetas se formam a partir de detritos que orbitam estrelas.

As observações, realizadas por uma equipe internacional de astrônomos, liderada por G. Fritz Benedict e Barbara E. McArthur, da Universidade do Texas, mostram, pela primeira vez que um planeta se encontra alinhado com o disco que cerca a estrela. O planeta, que já havia sido detectado em 2000, orbita uma estrela semelhante ao Sol, Epsilon Eridani, a 10,5 anos-luz da Terra. A órbita do planeta tem uma inclinação de 30º em relação à Terra, a mesma do disco. O resultado será publicado, em novembro, no Astronomical Journal.

Os planetas em nosso Sistema Solar partilham um alinhamento comum, evidência de que foram criados juntos, a partir do disco que girava em torno do Sol. Mas o Sol já está na meia-idade, e seu disco desapareceu tempos atrás. Epsilon Eridani, no entanto, é uma estrela jovem, de apenas 800 milhões de anos.

A observação do Hubble também permitiu que a equipe determinasse a massa do planeta, estabelecida em 1,5 da massa de Júpiter. O planeta, Epsilon Eridani b, é o planeta fora do Sistema Solar mais próximo da Terra. Ele completa uma órbita a cada 6,9 anos.

Embora ainda não seja possível fazer imagens do planeta por enquanto, o Hubble e outros telescópios poderão tentar em 2007, quando a órbita de Epsilon Eridani b porá o mundo bem perto de sua estrela. Ele poderá ser brilhante o suficiente para refletir a luz de Epsilon Eridani, e o reflexo poderá ser captado por câmeras na Terra ou em órbita.