Planta parasita fareja suas vítimas.
O modo pelo qual a parasita detecta as moléculas liberadas pelas vítimas em potencial ainda não está claro.
AP
WASHINGTON - A planta parasita cuscuta não tem nariz, mas sabe como farejar a presa. A cuscuta ataca tomates, cenouras, cebolas, árvores frutíferas, alfafa e até flores, e é um problema para os fazendeiros, porque os herbicidas que dão conta dela também prejudicam a lavoura. Portanto, descobrir como a planta encontra a vítima pode ajudar a descobrir um modo de detê-la, dizem pesquisadores da Universidade Estadual de Pennsylvania.
A questão de como a cuscuta encontra o caminho até a presa vinha intrigando os cientistas. Muitos acreditavam que ela simplesmente crescia ao acaso, encontrando uma planta para a atacar por mera probabilidade.
Mas uma pesquisa realizada pela equipe de Consuelo M. De Moraes descobriu que, colocando-se tomateiros perto de um broto de cuscuta, a parasita toma o rumo da fruta 80% das vezes. E ao colocar aroma de tomate num pedaço de borracha, a cuscuta ataca a borracha 73% das vezes.
"Uma das coisas que descobrimos é que a planta faz escolhas", disse um dos co-autores do trabalho, Mark C. Mescher. Se a cuscuta pode optar entre trigo e tomate, por exemplo, ela prefere o tomate. Cuscutas atacarão trigo se não houver outra opção, disse Mescher, mas os pesquisadores descobriram que uma das substâncias químicas voláteis produzidas pelo trigo repele o parasita.
As plantas obviamente não tem nariz, portanto o modo pelo qual a parasita detecta as moléculas liberadas pelas vítimas em potencial ainda não está claro. Quando o broto começa. ele tende a girar em várias direções, até que, de algum modo, percebem da onde vem o fluxo mais forte de odores, e em seguida crescem nessa direção.