Hubble descobre centenas de galáxias no início do Universo.
As descobertas também mostram que as galáxias anãs produziam estrelas a uma taxa furiosa.
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WASHINGTON - Astrônomos que analisaram duas das imagens mais distantes do cosmo feitas pelo Telescópio Espacial Hubble encontraram uma mina de ouro de galáxias, mais de 500, que existiam menos de 1 bilhão de anos após o Big Bang. Essas galáxias prosperavam enquanto o Universo tinha menos de 7% de sua idade atual, de 13,7 bilhões de anos. Essa amostra representa a mais completa compilação de galáxias primordiais, disseram pesquisadores.
As galáxias reveladas pelo Hubble são menores que as atuais e com uma cor que tende para o azul, indicando que estão cheias de estrelas recém-nascidas. As imagens parecem avermelhadas por conta da tremenda distância que separa as galáxias da Terra: a luz azul das jovens estrelas levaram quase 13 bilhões de anos para chegar ao telescópio. Durante a jornada, a luz azul mudou para vermelho, por conta da expansão do espaço, parte da expansão geral do Universo.
"Descobrir tantas galáxias anãs, mas tão poucas galáxias brilhantes, é evidência de que a construção de galáxias é feita a partir de peças menores fundindo-se, como previsto pela teoria hierárquica da formação de galáxias", diz o astrônomo Rychard Bouwens, da Universidade da Califórnia, Santa Cruz, que chefiou o estudo.
As descobertas também mostram que as galáxias anãs produziam estrelas a uma taxa furiosa, cerca de 10 vezes mais depressa do que ocorre atualmente, nas galáxias próximas. Os astrônomos debatem há tempos se as estrelas mais quentes das galáxias primordiais poderiam ter gerado radiação suficiente para reaquecer o hidrogênio que existia no espaço nos primórdios do universo. O gás vinha se resfriando desde o Big Bang.
"Ver todas essas galáxias gerando estrelas dá evidência de que havia galáxias o suficiente 1 bilhão de anos após o Big Bang para terminar de reaquecer o Universo", disse Garth Illingworth, membro da equipe que realizou o estudo.