Cientistas detectam estrela anã em sistema solar.


Esta é a primeira vez que se encontra um sistema solar formado por uma estrela normal, um planeta e uma anã marrom.

NASA / JPL-Caltech / K. Luhman
A estrela HD 3651 e sua companheira, a anã marrom HD 3651 B (no destaque)

WASHINGTON - Usando o telescópio espacial Spitzer da Nasa, cientistas descobriram e fizeram imagens de uma pequena estrela anã marrom, com 50 vezes a massa de Júpiter, orbitando, juntamente com um planeta, uma estrela maior, semelhante ao Sol. Esta é a primeira vez que esse tipo de arranjo é encontrado, mas ele pode ser comum, dizem pesquisadores, e levaria à existência de sistemas solares onde a órbita dos planetas acaba distorcida.

O principal autor do trabalho que descreve a descoberta é Kevin Luhman, da Universidade Penn State. O artigo será publicado no periódico The Astrophysical Journal. A descoberta diz respeito a um dos tipos mais frios de estrela anã, mas chamadas anãs T.

A equipe de Luhman também descobriu outra anã marrom, menor ainda, com 20 vezes a massa de Júpiter. Esse objeto pode ser a anã marrom mais jovem conhecida, o que daria aos cientistas um instantâneo do desenvolvimento desse tipo de estrela. As duas anãs T foram as primeiras descobertas pelo Spitzer. Pouco depois dessas descobertas, uma terceira estrela do tipo foi encontrada por outra equipe, mas flutuando livre pelo espaço, não girando em torno de uma estrela maior.

A mais pesada das duas estrelas anãs descobertas por Luhman é chamada HD 3651 B, e localiza-se na constelação de Peixes. Ela está num sistema que contém uma estrela um pouco maior que o Sol e um planeta um pouco menor que Saturno.

A órbita desse planeta é altamente elíptica, o que sugere que a gravidade de um outro corpo deveria afetá-lo. Confirmando a dedução, foi descoberta a estrela anã. Esse descobrimento apóia a teoria de que pequenas estrelas companheiras como anãs do tipo T podem se "esconder" em sistemas solares e deformar órbitas planetárias.