Hubble leva polêmica sobre "planeta" além do Sistema Solar.


Alguns astrônomos sugerem que a massa de um objeto fora do Sistema Solar determina se ele é ou não um planeta.

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Representação artística de CHRX 73 B, com a estrela principal ao fundo

WASHINGTON - O Telescópio Espacial Hubble capturou uma imagem de um objeto que parece pequeno demais para ser uma estrela, mas muito grande para ser um planeta - levando, para além do Sistema Solar, a polêmica que engoliu o status planetário de Plutão, há algumas semanas. O objeto, batizado CHRX 73 B, tem 12 vezes a massa de Júpiter, e pode ser tanto um planeta quanto uma estrela anã marrom.

CHRX 73 B gira em torno de uma estrela anã vermelha, CHRX 73. O descobridor do novo astro, Kevin Luhman, vota a favor da classificação como anã marrom. "Telescópios novos e mais sensíveis estão encontrando objetos cada vez menores de massa planetária", disse ele. "O que leva à questão: objetos de massa planetária que acompanham estrelas são sempre planetas?"

Alguns astrônomos sugerem que a massa de um objeto fora do Sistema Solar determina se ele é ou não um planeta. Luhman e outros defendem que um objeto só será planeta se for formado a partir do disco de gás original que cercava estrela que orbita. Os planetas do nosso sistema formaram-se há 6,4 bilhões de anos, a partir da poeira que girava ao redor do Sol.

Anãs marrons, em contraste, formam-se como se fossem estrelas: pela compressão gravitacional de grandes nuvens de gás. Diferentemente de estrelas, porém, as anãs marrons não chegam a iniciar o processo de fusão do hidrogênio, responsável pelo brilho das estrelas em geral.

CHXR 73 B está a 28 bilhões de quilômetros da estrela principal, o que seria longe demais para que pudesse ter nascido do disco de poeira primordial, segundo Luhman.