Beber na gestação aumenta risco de alcoolismo no filho.


Filhos de mães que bebiam mais de três drinques em oportunidades no início da gestação tinham chances 2,47 vezes maiores de desenvolver distúrbios ligados ao álcool.

WASHINGTON - Indivíduos cujas mães consomem três ou mais doses de bebida alcoólica a qualquer momento no início da gestação têm um aumento no risco de sofrer de problemas relacionados ao álcool aos 21 anos de idade, de acordo com estudo publicado no periódico Archives of General Psychiatry.

A pesquisadora Rosa Atali, da Universidade de Queensland, na Austrália, e colegas analisaram 2.138 pessoas que foram acompanhadas do nascimento e até a idade de 21. Um grupo de 7.223 mães foi entrevistado, originalmente, na primeira visita ao médico pré-natal, entre 1981 e 1984. Mães e filhos foram avaliados em seguida ao nascimento, aos seis meses e nas idades de 5, 14 e 21 anos.

Antes da gravidez, no início (primeiras 18 semanas) e final (últimos três meses) da gestação, e quando os filhos tinham 4 e 14 anos, perguntou-se às mães com que freqüência consumiam álcool, e o número de drinques que costumavam tomar nessas ocasiões. Os filhos foram testados para problemas de saúde ligados ao álcool ao chegar os 21 anos.

Dos 2.555 filhos que completaram o programa aos 21 anos, 640 (25%) atingiram os critérios de diagnóstico de problema ligado ao álcool; 333 (13%) desses informaram ter desenvolvido o distúrbio antes dos 18 anos, e 307 (125), entre os 18 e 21 anos. Na análise final, que incluiu 2.138 indivíduos, os filhos de mães que costumavam beber mais de três drinques em cada oportunidade durante o início da gestação tinham chances 2,47 vezes maiores de desenvolver distúrbios ligados ao álcool antes dos 18 anos, e chances 2,04 vezes maiores de desenvolver o problema entre os 18 e os 21 anos.

Essas correlações se mantiveram fortes mesmo depois de os pesquisadores levarem em consideração outros fatores que poderiam contribuir para o problema.

Interações entre fatores genéticos com a exposição ao álcool antes do nascimento podem afetar o desenvolvimento do sistema nervoso de forma a predispor crianças e adultos para o problema, escrevem os autores do estudo.