Astrônomos observam explosão de estrela em tempo real.
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Astrônomos disseram ter observado uma explosão estelar (fenômeno conhecido como supernova) em tempo real.
O fenômeno acontece quando uma estrela gigante esgota seu material de combustão e entra em colapso. A observação dos astrônomos, relatada em artigos na revista científica Nature, na edição que será publicada na quinta-feira, é o retrato mais detalhado já feito de uma explosão cósmica. Uma descarga de energia da estrela foi detectada em fevereiro pelo satélite US Swift, o que permitiu que os astrônomos preparassem seus telescópios para observar a supernova. Essa pequena descarga, conhecida como flash de raio X, pode ser um sinal de que uma supernova está para acontecer. O US Swift foi planejado para detectar explosões de raios gama (sigla GRBs em inglês), que são grandes manifestações de radiação supostamente originadas pelo colapso de estrelas gigantes em uma supernova. No entanto, nem todos os fenômenos supernova geram GRBs. Os astrônomos ainda não entendem por que isso acontece apenas em alguns casos. Estrela de nêutrons
Um flash de raio-X pode ser considerado como uma forma menos energética de um GRB. Até agora, não estava claro se essas manifestações energéticas eram geradas pelo mesmo processo de colapso estelar durante uma supernova. Os resultados da pesquisa parecem confirmar essa ligação. A liberação de energia que acontece durante um flash de raio-X dura aproximadamente 15 minutos e é seguida por uma fase de rompimento, que dura cerca de um dia, em que as ondas do impacto atingem a superfície da estrela em colapso, soltando energia. Essa energia se expande pelo espaço em todas as freqüências e pode durar até meses, o que é uma característica da supernova. Quatro grupos de astrônomos reuniram informações sobre a explosão e publicaram artigos separados na mesma edição da Nature. “Essas observações registram o momento em que a estrela entrou em colapso, soltou sua camada externa e grande parte da sua massa e deixou sobras para trás. Nós acreditamos que esta sobra é uma estrela de nêutrons”, afirma o co-autor de um dos artigos, o pesquisador Paolo Mazzali, do Instituto Max-Planck, da Alemanha. A análise destas sobras sugere que a estrela inicial tinha massa inferior ao normal para esse tipo de explosão. Acredita-se que as explosões de raios gama estão ligadas ao colapso de estrelas, gerando buracos negros. Mas estrelas com menos massa podem gerar objetos compactos conhecidos como estrelas de nêutrons. Então, o que provocou o flash de raio X e as ondas de impacto? Os pesquisadores acreditam que eles foram produzidos por energia magnética fornecida por um objeto altamente magnetizado no centro da estrela, chamado de “magnetar”. |