Aquecimento global acelera degelo e eleva nível do mar.
A equipe usou um satélite da Nasa para medir variações da gravidade na Groenlândia.
EFE
WASHINGTON - O degelo na Groenlândia triplicou nos últimos anos, em uma nova evidência do aquecimento global, afirma estudo publicado na edição desta semana da revista Science. Outro trabalho, publicado na mesma edição, destaca que a precipitação de gelo na Antártida se mantém estável nos últimos anos.
"A capa de gelo da Groenlândia derrete num ritmo acelerado, a três vezes a velocidade registrada antes de 2004", diz Jianli Chen, chefe da equipe que realizou o estudo. Ele acrescenta que sua investigação confirma resultados de outros cientistas, indicando um "efeito estufa" que se faz sentir por todo o mundo.
Um dos trabalhos anteriores, publicado em maio, afirmava que o aumento global das temperaturas havia elevado a velocidade com que as geleiras da Groenlândia se derretem no Atlântico. A água liberada dessa forma atua como lubrificante, acelerando o desprendimento de icebergs da capa de gelo.
A equipe de Chen usou um satélite da Nasa para medir variações da gravidade na Groenlândia, e comparou os dados de abril de 2002 a novembro de 2005. O levantamento indicou a perda de 240 km3 de gelo anualmente. Esse derretimento pressupõe um aumento anula do nível do mar da ordem de 0,6 mm ao ano.
O outro trabalho publicado na Science, realizado por um grupo internacional, indica que a acumulação de neve da Antártida, ao longo dos últimos 50 anos, manteve-se praticamente estável. Essa conclusão derruba as alegações de que um aumento da neve no continente antártico poderia compensar o derretimento de geleiras em outras partes do mundo.