Radiotelescópio encontra precursores da vida no espaço.
Cerca de 90% das moléculas no espaço entre as estrelas contêm carbono, o que é necessário para que a molécula seja classificada como orgânica.
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WASHINGTON - Uma equipe internacional de pesquisas descobriu oito novas moléculas complexas e biologicamente importantes no espaço interestelar, usando o telescópio Robert C. Byrd Green Bank (GBT), na Fundação Nacional de Ciência dos EUA. "Este feito é sem precedentes na história de 35 anos da busca de moléculas complexas no espaço, e sugere que há uma química prebiótica atuando em escala universal", disse Jan M. Hollis, do Centro de Vôo Espacial Goddard da Nasa, principal responsável pelo trabalho.
"O primeiro dos muitos processos químicos que finalmente levaram à vida na Terra provavelmente ocorreram antes mesmo que o planeta se formasse", disse Phil Jewell, do Observatório Nacional de Radioastronomia (NRAO).
As oito moléculas descobertas pelo GBT elevam a 141 o total de tipos moleculares diferentes encontrados no espaço interestelar. Cerca de 90% dessas moléculas interestelares contêm carbono, o que é necessário para que a molécula seja classificada como orgânica. Todas as novas moléculas contêm carbono, e são formadas por de seis a 11 átomos, cada.
Esses resultados sugerem, de acordo com os cientistas, que uma evolução química ocorre ordinariamente no gás e na poeira dos quais surgem planetas e estrelas. A massa de uma nuvem interestelar é 99% gás e 1% poeira. As descobertas do GBT foram feitas em apenas duas nuvens interestelares.
As grandes moléculas se formam no espaço a partir de estruturas menores, dizem os pesquisadores, por dois mecanismos principais. No primeiro, simples reações químicas acrescentam átomos a moléculas que repousam na superfície de um grão de poeira. O segundo envolve reações que ocorrem nas nuvens de gás. As descobertas das moléculas foram publicadas em diversas edições do Astrophysical Journal.