Grupo reafirma tese da origem da vida há 3,8 bilhões de anos.


A nova pesquisa se baseia em rochas da Ilha Akilia, na Gorenlândia, que podem preservar evidências de vida na época em que foram formadas.

LOS ANGELES, EUA - A vida poderia ter começado na Terra pouco depois da própria origem do planeta, há 4,5 bilhões de anos? Pesquisadores da Universidade da Califórnia, Los Angeles, afirmam ter encontrado novas evidências a favor de uma tese controversa, lançada há dez anos, de que a vida no planeta teria se originado há 3,8 bilhões de anos, menos de 1 bilhão após a formação da Terra e 400 milhões de anos antes da data considerada anteriormente.

A nova pesquisa se baseia em rochas da Ilha Akilia, na Gorenlândia, que podem preservar evidências de vida na época em que foram formadas. O principal autor do estudo é o geoquímico Craig E. Manning, e o trabalho será publicado no American Journal of Science. O trabalho original sobre a origem da vida há 3,8 bilhões de anos havia sido divulgado na edição de novembro de 1996 da revista Nature.

Segundo Manning, o artigo atual mostra, "com muito mais confiança, que essas rochas têm mais de 3,8 bilhões de anos". "Demonstramos que as rochas são adequadas para abrigar vida".

"Tudo, desde a geologia básica à análise da comunicação original (na Nature), foi questionado", disse Manning. "Eu passei pela rocha por duas semanas e meia. Nós a mapeamos como um arqueólogo mapearia. Ficou claro que essas rochas que abrigaram vida se alinham em duas camadas coerentes. Não estão distribuídas ao acaso, como você poderia esperar se a interpretação alternativa (à hipótese de vida) estivesse certa".

Cientistas procuram por evidências de vida em rochas antigas, como as da Ilha Akilia, buscando sinais químicos e evidências isotópicas. A evidência encontrada em 1996 incluía uma alta concentração de um tipo - isótopo - de carbono que representa uma "assinatura de vida".

O carbono agregado à rocha tinha uma taxa de 100 para 1 de carbono-12, a forma mais comum, para carbono-13, o mais raro. A abundância de carbono-12 era maior do que seria de se esperar na ausência de vida. Críticos da hipótese da vida antiga lembram que há outras formas de agregar o carbono -12 à rocha, mas a equipe da UCLA considera as explicações alternativas "improváveis".