Sonda européia faz imagem do lado oculto da Lua.

O lado escuro não apresenta os "mares" de lava que marcam a face lunar voltada para a Terra.

ESA
Terreno erodido no lado escuro da Lua. Muitas crateras não são mais visíveis, tendo sido apagadas por impactos subseqüentes

PARIS - Imagens feitas pela sonda Smart-1, da Agência Espacial Européia (ESA) mostram uma área altamente erodida do lado escuro na Lua, na altura do equador. Como a rotação da Lua está travada gravitacionalmente à ad Terra, o satélite sempre apresenta uma mesma face para o nosso planeta. O outro lado da Lua, apelidado de "lado escuro", era desconhecido até que as primeiras sondas artificiais enviassem fotos de lá, décadas atrás.

Surpreendentemente, as imagens revelaram que o lado escuro não possui "mares", como são chamadas as grandes planícies de lava que podem ser observadas no lado da Lua voltado para a Terra. O lado escuro é composto por um terreno acidentado e marcado com crateras, e muito poucas planícies.

A causa dessa diferença entre os dois lados da Lua não é muito bem compreendida. Uma possibilidade seria um efeito de maré induzido na Lua pela gravidade terrestre. Modelos criados a partir de leituras de gravidade e topografia sugerem que a crosta lunar é mais fina no lado que fica voltado para a Terra. Com isso, seria mais fácil o magma aflorara após impactos de meteoros, gerando os "mares".

A imagem da Smart-1 foi feita em 1º de janeiro, de uma altitude de 1.483 km, com resolução de 134 metros por pixel.