Parasitas são essenciais na ecologia, diz estudo.
A vulnerabilidade de um animal a parasitas sobe junto com sua posição na cadeia alimentar.
SANTA BARBARA, EUA - Cientistas determinaram que parasitas são surpreendentemente importantes nas teias alimentares, descoberta publicada antecipadamente na versão online do periódico Proceedings of the National Academy of Sciences. O artigo descreve um estudo realizado no Carpinteria Salt Marsh, em Santa Barbara, Califórnia.
Teias alimentares traçam o fluxo de energia num ecossistema. Trata-se de uma ampliação do conceito de cadeia alimentar - a seqüência de quem devora quem na natureza. O estudo das teias alimentares raramente incluem parasitas, por conta da dificuldade em quantificá-los: essas criaturas são pequenas e invisíveis, e ficam escondidas em seus hospedeiros.
Usando dados de quatro teias alimentares relativamente amplas e que contêm parasitas, o pesquisador Kevin Lafferty e colegas examinaram de que como os parasitas afetam a ecologia. Eles descobriram que os parasitas dominam os elos da teia entre as espécies: na média, uma teia alimentar continha mais elos entre parasitas e hospedeiros que entre predadores e presa.
"Parasitas podem muito bem ser o fio que costura as comunidades ecológicas", diz um dos co-autores do estudo, Andrew Dobson.
A pesquisa também mostrou novos padrões: sabe-se que a vulnerabilidade de um animal a predadores cai conforme se sobe a cadeia alimentar - nenhuma espécie vive de comer tigres e leões, por exemplo - mas, neste estudo, descobriu-se que a vulnerabilidade a parasitas sobe junto com a cadeia alimentar. Segundo Dobson, é como se a "pirâmide da vida", com os predadores no topo, contivesse uma "pirâmide dos parasitas", invertida.