Prática constrói conexões cerebrais da fala em bebês.

Pesquisadores descobriram uma ligação entre as áreas de audição e fala do cérebro dos bebês de até 1 ano.

WASHINGTON - A experiência, como diz o velho ditado, é o melhor professor. E ela parece ter um importante papel na maneira como os bebês aprendem a entender e produzir linguagem. Medindo o campo magnético gerado pela ativação de neurônios no cérebro, os pesquisadores rastrearam o que parece ser uma ligação entre as áreas de audição e fala do cérebro nos recém-nascidos e bebês de seis meses e 1 ano, antes que eles possam falar.

O estudo, que aparece na edição deste mês da revista NeuroReport, mostra que a área de Broca, localizada na parte frontal do hemisfério esquerdo do cérebro, é gradualmente ativada durante o ano inicial de vida de um bebê, de acordo com Toshiaki Imada, principal autor do estudo e professor no Instituto do Cérebro e de Ciências do Aprendizado da Universidade de Washington.

A área de Broca foi há muito identificada como o centro da produção do discurso e, mais recentemente, como lugar da cognição social, e é essencial para a língua e a leitura, de acordo com Patricia Kuhl, co-autora do estudo e co-diretora do Instituto do Cérebro e de Ciências do Aprendizado da UW.

"Nós achamos que a conexão entre percepção e produção do discurso é formada pela experiência, e estamos tentando determinar quando e como os bebês o fazem", disse Kühl.

O estudo envolveu 43 bebês na Finlândia - 18 recém-nascidos, 17 com seis meses de idade e 8 com um ano. "Acreditamos que no começo do desenvolvimento os bebês precisam brincar com sons, assim como brincam com suas mãos. E isso os ajuda a mapear as relações entre os sons com os movimentos de sua boca e língua", ela disse. "Para dominar uma habilidade, os bebês têm que brincar e praticar, assim como farão mais tarde aprendendo como jogar bola ou andar de bicicleta. Os bebês formam as conexões cerebrais ouvindo a si mesmos e ligando o que ouvem ao que fizeram para causar o som. No fim, eles vão usar essa habilidade para imitar os falantes em seus ambientes".