Estudo nos EUA sugere cautela no uso de analgésico.

O fabricante do Tylenol, McNeil Consumer & Specialty Pharmaceuticals, disse que suas pesquisas mostram um nível muito menor de dano ao fígado.

AP

CHICAGO, EUA - Adultos saudáveis, tomando a dose máxima de Tylenol por duas semanas, apresentaram resultados anormais em exames do fígado, mostra um pequeno estudo, no qual 106 participantes tomaram quatro gramas de Tylenol - equivalente a oito tabletes extra-fortes - todos os dias, por duas semanas. Alguns tomaram apenas Tylenol, e outros, o remédio com um opióide. Pílulas inertes forma dadas a 39 pacientes.

Não houve resultados adversos no fígado dos que tomaram os placebos. Mas cerca de 40% das pessoas nos outros grupos apresentaram resultados alterados em exames que podem indicar dano ao fígado, de acordo com o estudo, que será publicado na edição desta quarta-feira do Journal of the American Medical Association.

"Eu sugeriria que o público não tomasse mais que quatro gramas ao dia. Esta é uma droga com uma janela de segurança estreita", disse um dos autores do trabalho, o médico Neil Kaplowitz, da Universidade do Sul da Califórnia. Ele acrescenta que pessoas que consomem muito álcool deveriam se restringir a dois gramas diários.

Outro autor do estudo, Paul Watkins, da Universidade de Carolina do Norte, declarou-se menos preocupado que Kaplowitz, afirmando que o princípio ativo do Tylenol, o acetaminofeno (também conhecido como paracetamol), é usado há 50 anos e tem um bom histórico de segurança.

O fabricante do Tylenol, McNeil Consumer & Specialty Pharmaceuticals, disse que suas pesquisas mostram um nível muito menor de dano ao fígado. Os estudos da empresa acompanharam usuários de altas doses do medicamento por períodos Mais extensos que o novo trabalho.

A pesquisa atual foi encomendada pela empresa Purdue Pharma, fabricantes de uma outra marca de analgésico, para descobrir por que pessoas que usavam uma combinação de acetaminofeno e hidrocodona, um opiáceo, apresentavam resultados anormais em exames de fígado. Os cientistas acharam que encontrariam a explicação numa interação entre as duas drogas mas, segundo Watkins, "nosso queixo caiu quando vimos os dados. Não tem nada a ver com a hidrocodona: é o bom e velho acetaminofeno".

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