Pessoas dormem ainda menos do que imaginam, diz estudo.

"As pessoas não acreditam que dormem o suficiente e elas dormem menos do que pensam", disse a autora da pesquisa, que analisou 669 adultos de meia idade.

WASHINGTON - Um estudo das características do sono de 669 adultos de meia-idade descobriu que as pessoas dormem muito menos do que deveriam, e ainda menos do que pensam. Publicado na edição de julho do American Journal of Epidemiology, o estudo também descobriu que os negros dormem menos que os brancos, os homens menos que as mulheres, e os pobres, menos que os ricos.

Apesar de os participantes passaram em média 7,5 horas na cama, eles passam apenas 6,1 horas dormindo. As mulheres brancas foram quem dormiu mais, 6,7 horas pode noite, seguidas dos homens brancos com 6,1 horas, mulheres negras com 5,9 horas e homens negros com 5,1 horas. Maior rendimento também foi associado a mais tempo de sono.

"As pessoas não acreditam que dormem o suficiente e elas dormem menos do que pensam", disse a autora do estudo Diane Lauderdale, professora de estudos de saúde na Universidade de Chicago. "Enquanto aprendemos mais e mais sobre a importância do sono para a saúde, encontramos evidências de que as pessoas parecem estar dormindo cada vez menos".

Estudos sugerem que o tempo médio de sono sofreu um declínio desde 1900, quando as pessoas reportaram dormir nove horas por noite. Estudos dos anos 70 reportaram um tempo médio de sono próximo a sete horas por noite. "Nosso estudo nos mostra que não podemos confiar inteiramente nessas pesquisas anteriores", disse Lauderdale, "porque as pessoas não sabem o quanto dormem".

Esse foi um dos primeiros grandes estudos a medir não apenas quando as pessoas vão para a cama mas quando caem no sono. Eles descobriram que a duração e eficiência do sono foram "notavelmente mais baixas" que os valores reportados na maioria dos estudos anteriores, assinalou Stuart F. Quan, da Universidade do Arizona, em um comentário.

Os pesquisadores ficaram particularmente surpresos com a curta duração e a baixa qualidade do sono entre os homens afro-americanos - 5,1 horas por noite e 73% de eficiência do sono.

"Apesar de cientistas do sono aceitarem geralmente que a duração média do sono dos americanos vem declinando em paralelo com a nossa transformação em uma frenética sociedade 24 horas", escreveu Quan, "a maioria dos médicos do sono consideraria esses valores indicativos de privação de sono, mesmo para os padrões atuais".

A falta de sono tem sido, por muito tempo, associada com a redução na habilidade de concentração, problemas de aprendizado, atenção decrescente nos detalhes e risco crescente de acidentes de automóvel. Estudos mais recentes relacionaram a privação do sono parcial crônica a problemas médicos, incluindo obesidade, diabetes e hipertensão.

Apesar de o estudo ter encontrado uma variação significativa entre raças, sexo e rendimento, ele não foi desenvolvido para chegar às causas dessas diferenças.